Movimentos apontam Pronera como ferramenta de inclusão social para o campo

Durante o Seminário de Educação do Campo, na Bahia, os movimentos do campo avaliaram o Programa Nacional de Educação nas Áreas de Reforma Agrária.

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Diversos movimentos populares participaram do Seminário de Educação do Campo entre os dias 19 e 21/8, que trouxe como eixo discursivo a memória, avaliação e perspectivas do Programa Nacional de Educação nas Áreas de Reforma Agrária (Pronera).

A atividade foi organizada pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB) no Hotel Vila Velha, em Salvador, contando com apoio do MST, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), o Movimento de Luta pela Terra (MLT), o Movimento Estadual de Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas (CETA), as Escolas Famílias Agrícolas (EFAS), entre outros.

Durante o evento os movimentos avaliaram os cursos do Pronera já realizados e os que estão em andamento pela UNEB, apontando os desafios a serem superados.

De acordo com Domingas Farias, da direção estadual, o seminário reabriu o debate da educação do campo, ao discutir o acesso das famílias assentadas e acampadas da Reforma Agrária ao Pronera.

“Esse debate possibilita à juventude camponesa ter acesso às universidades e se apropriar do conhecimento científico, inserindo a classe trabalhadora nos espaços negados pela sociedade burguesa”, disse Farias.

O debate trouxe diversas reflexões sobe as possibilidades de se ampliar a atuação do Programa, fortalecendo as políticas públicas para o campo e ocupando as universidades federais e estaduais em todo estado.

Na ocasião, os movimentos denunciaram a precarização da educação do campo e apresentaram as diversas práticas realizadas nos assentamentos para reafirmar a identidade camponesa.

Pronera

Com o objetivo de apoiar projetos de educação voltados para o desenvolvimento das áreas de Reforma Agrária, o Pronera nasce em 16 de abril de 1998 por meio da pressão e pautas dos diversos movimentos sociais do campo.

Entretanto, neste primeiro momento, o Pronera não atendeu a necessidade política e educativa apontada pelos movimentos do campo.

Em 2001, o Programa foi incorporado ao Incra. Já em 2004, frente à necessidade de adequá-lo às diretrizes políticas do então governo Lula, que prioriza a educação em todos os níveis como um direito social, foi elaborado o Manual de Operações, aprovado pela Portaria/Incra/Nº 282 de 16/4/2004.

Por meio do Pronera, jovens e adultos de assentamentos têm acesso a cursos de educação básica, técnicos profissionalizantes de nível médio e cursos superiores e de especialização, garantindo aos trabalhadores assentados da Reforma Agrária o acesso ao direito a educação no país.

As ações do programa têm como base a diversidade cultural e socioterritorial, os processos de interação e transformação do campo, a gestão democrática e o avanço científico e tecnológico.