Assentadas do RS recebem orientação sobre plantas medicinais, aromáticas e alimentícias

As mulheres camponesas receberam capacitação sobre a utilização de plantas medicinais, aromáticas e alimentícias, com farmacêutica e nutricionista.

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Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

Cerca de 40 camponesas do MST do Rio Grande do Sul participaram da quarta etapa do projeto “Organização Produtiva de Mulheres e Promoção de Autonomia por Meio do Estímulo à Prática Agroecológica”, realizado em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), de Chapecó (SC). 

As atividades aconteceram de 25 a 27 de agosto, no Centro de Formação Sepé Tiarajú, localizado no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS).

Nesta etapa do projeto, as mulheres camponesas receberam capacitação sobre a utilização de plantas medicinais, aromáticas e alimentícias, com a farmacêutica Juliana Costa e a nutricionista Cristina Araújo, ambas da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Cooptec), do MST.

 

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Em oficinas, as Sem Terra foram orientadas para o reaproveitamento integral dos alimentos e aprenderam a fazer sucos e pratos doces e salgados, como pizza de farinha de arroz, beijinho de arroz, e brigadeiro de mandioca.

“Queremos que as famílias tenham uma alimentação mais saudável por meio da sua própria horta, aproveitando todo o alimento, inclusive, talos e folhas, que também são ricos em nutrientes”, explicou a nutricionista Cristina.

Além disso, a farmacêutica Juliana ensinou a confeccionar bonequinhas de ervas e a fazer tintura de plantas medicinais e velas de massagem.

“Trabalhamos a valorização dos saberes populares em cima das plantas medicinais e a importância de resgatar e levar adiante esse conhecimento tradicional e os valores que vem com ele”, argumentou Juliana.

Nas etapas anteriores do projeto, as camponesas trabalharam as temáticas “Agricultura familiar e camponesa: as questões de gênero na organização da produção”; “Produção de autossustento, quintais produtivos na agricultura familiar e camponesa: o papel historicamente desempenhado pelas mulheres”; e “Feminismo, agroecologia e sustentabilidade”.

Nas duas últimas etapas, a serem realizadas nos próximos meses, serão estudados a organização produtiva e economia feminista, e o acesso a políticas públicas pelas mulheres, com foco em políticas agrárias e agrícolas.

Incentivo à alimentação saudável

Para a assentada de Filhos de Sepé, Maria de Lourdes Ribeiro, as oficinas realizadas na quarta etapa do projeto ajudarão a fomentar a prática da alimentação saudável dentro de casa, além de enriquecer o autoconhecimento sobre os benefícios das ervas medicinais.

 

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“Nós crescemos com a mãe dando cházinhos de poejo e marcela, então não tínhamos muito conhecimento sobre as outras ervas. Mas agora aprendemos outros chás que para nós que moramos longe da cidade é muito importante, já que não temos doutor perto de casa. Outras práticas e receitas saudáveis que compartilhamos também são excelentes e ajudarão a melhorar a qualidade de vida e produção nos nossos lotes”, disse Maria.

Já Silvana Krupinski, do Assentamento das Palmeiras, de Hulha Negra, afirmou que a capacitação representa um momento de grande aprendizado, que vai ao encontro da luta das mulheres do MST contra o modelo o uso dos agrotóxicos.

“Estamos levando para casa um leque de conhecimentos. Isso é fundamental no nosso dia a dia porque o veneno vem tomando conta e prejudicando a saúde das nossas famílias. E o que aprendemos nas oficinas será compartilhado com as companheiras que ficaram nos assentamentos, para que elas também possam se organizar e se defenderem dos prejuízos que vem com o agronegócio. Essa bandeira que as mulheres do movimento agarrou contra os venenos nunca cai, ela é em defesa da vida”, declarou.