Marcha repudia fechamento de escolas do campo e o avanço do agronegócio
Educadoras e educadores das áreas da reforma agrária saíram em marcha nesta sexta-feira (4), em Cascavel (PR), para repúdiar o fechamento das escolas do campo.
O ato marcou o encerramento do VII Encontro Estadual das(os) Educadoras(es) da Reforma Agrária do Paraná, realizado nos últimos três dias na Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), campus de Cascavel, oeste do Paraná.
A marcha começou em frente ao Ceebja (Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos) e teve como destino o Núcleo Regional de Educação.
Nos últimos anos as comunidades camponesas têm sofrido com o fechamento de escolas do campo. De 2003 a 2014 foram fechadas mais de 37 mil escolas no meio rural brasileiro. Só no Paraná, foram mais de 450 escolas fechadas do campo nos últimos sete anos, sendo 100 delas somente em 2014.
Para o setor de educação do MST, o fechamento das escolas do campo não pode ser entendido somente pelo viés da educação. O que está em jogo é uma opção do governo por um modelo de desenvolvimento para o campo, que é o agronegócio.
Em virtude disso, os manifestantes fizeram um ato de denúncia da intervenção deste modelo junto à educação do campo, representada pelo Programa “Agrinho”, do Sistema Faep, um programa travestido de um programa de educação ambiental que ensina as crianças do campo a usarem pesticidas.
Queima simbólica
Cerca de 2 mil exemplares da cartilha do Agrinho foram queimados em frente ao Núcleo Regional de Educação no ato de encerramento do Enera. Os educadores denunciam que, mesmo como uma recomendação contrária do Ministério Público do Paraná, o material continua sendo distribuído em escolas do Paraná.
Em abril de 2014, o MP notificou o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, com parecer contrário à realização desses programas nas escolas públicas do Paraná e fez uma recomendação ao Conselho Estadual de Educação para que deliberassem medidas imediatas que impeçam professores e estudantes da rede pública a participar do Programa Agrinho, justificando que “a educação deve manter compromisso permanente com a qualidade do ambiente, a sustentabilidade e a vida do planeta”.