MST denúncia presença de milícias armadas em ocupação de Casa Verde
Da Página do MST
As famílias Sem Terra acampadas na Fazenda Saco do Céu, no distrito de Casa Verde, divisa com o estado de São Paulo, denunciam a presença de milícias armadas em torno do acampamento.
Segundo os Sem Terra, após alguns dias da ocupação, que ocorreu no último dia 21 de agosto, milícias contratadas pelos fazendeiros começaram a chegar na área. As famílias relatam a presença de dezenas de seguranças altamente armados que andam pela área, onde se encontram crianças, jovens, idosos e mulheres. Já houve ameaças e até tiros foram dados contra as famílias.
São cerca de mil famílias morando na área que já passou por vistoria, mas a compra ainda não foi realizada.
Em nota, os trabalhadores rurais dizem denunciar “a impunidade que impera em Mato Grosso do Sul, na questão da Reforma Agrária, totalmente paralisada há cinco anos. Se não lutarmos e formos para os embates, nossas famílias continuarão às margens das rodovias, morando em barracos de lonas, totalmente abandonadas pelos poderes constituídos”. Eles lembram que existem acampamentos de 12 anos.
“Essa nota pública deve soar como um grito de denúncia e um pedido de socorro, pois recentemente assistimos a morte de mais uma lideranças indígena, Simão Vilhalva, em MS, no município de Antônio João. Ele e tantos outros foram assassinados pelo coronelismo que impera em nosso Estado, mas nada foi feito, nenhum culpado punido, e temos medo de que nossas famílias também possam ser vítimas de ataques inesperados”, completa a nota.
Eles também mostram indignação com a situação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) no estado, que sofre com a falta de estrutura física e financeira para tocar os trabalhos.
“Não à toa que os funcionários fizeram uma grande movimentação grevista. Até o momento ainda aguardamos a nomeação definitiva de um superintendente que possa tocar as questões necessárias”.
Os Sem Terra finalizam dizendo que resistirão “o tempo que for preciso e se for necessário novas áreas podem ser ocupadas no estado”.