Contra despejos, Sem Terra marcham em Santa Catarina

As famílias acampadas exigem a destinação da área abandonada para fins de Reforma Agrária.

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Por Fábio Reis
Da Página do MST

 

Cerca de 600 pessoas do acampamento Kide, localizado no município de Abelardo Luz, em Santa Catarina, saíram em marcha pelas ruas da cidade na manhã desta quarta-feira (30), em protesto contra o pedido de desapropriação da área marcado para essa semana. 

Em consonância com a marcha, os Sem Terra tiveram uma audiência com o superintendente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Florianópolis, José Henrique Ferreira e com o diretor do Incra de Chapecó, Pedro Possamai, todos se comprometeram em agilizar o processo de destinação da área para fins de Reforma Agrária. 

Para Vilson Santim da direção do nacional do MST, a audiência foi positiva, pois há uma perspectiva favorável para todas as áreas.

O Incra saiu da audiência com o compromisso de que, a partir do dia 10 de outubro, os técnicos irão a campo para realizar novas vistorias nas áreas ocupadas. Procedimento que há mais três anos não é realizado.

Em relação ao acampamento Kide, representantes do Incra firmaram compromisso de montar uma petição com todas as informações da área que é considerada pública.  

O Incra também irá pedir a anulação do título da terra, esse pedido será encaminhado para o juiz federal de Chapecó SC a partir da semana que vem,

O Prefeito municipal de Abelardo Luz, Dilmar Fantineli, enviou nessa manhã um ofício para a secretaria da casa civil do estado, pedindo a compreensão do governador.

O texto pede para que não sejam enviadas forças policias ao local para cumprimento da ordem de despejo  

Para Altair Lavratti da coordenação do acampamento as famílias não podem ser retiradas da área, uma vez que não cometeram nenhum irregularidade. 

“Não fomos nós que cometemos irregularidades e crimes. Não fomos nós que ameaçamos a vida das pessoas. Nós estamos denunciando as irregularidades em nome da igualdade de direitos, da dignidade da pessoa humana e do respeito com o princípio da função social da terra”, diz.

Ele reitera o fato de que “o latifundiário derrubou e encobriu tudo isto para plantar uma única cultura. Com certeza as máquinas e os venenos sempre tiveram mais força que a natureza indefesa. Encurralada e rasgada pela ferocidade da produtividade, pela lei do mercado, tudo se destrói em nome do capital”.