Como forma de resistência, Sem Terra iniciam produção de alimentos em fazenda ocupada no RS
Da Página do MST
As 400 famílias Sem Terra que ocupam a Fazenda Sol Agrícola, sofrem com o pedido de reintegração de posse emitido no último dia (21) pela justiça do município.
Como forma de resistência na luta pela terra, as famílias resistem ao despejo e continuam acampadas e produzindo na fazenda.
“Não vamos sair, vamos permanecer nessa área que está improdutiva e nas mãos do capital estrangeiro”, disse Ainda Teixeira, da coordenação estadual do MST.
A fazenda Sol Agrícola tem aproximadamente 750 hectares e é considerada improdutiva pelos Sem Terra. Na tarde de ontem, as famílias iniciaram a produção de alimentos, como milho e mandioca, no local. E pretendem continuar o plantio na área amanhã.
Até que o problema da falta de terra das famílias seja resolvido à intenção é tornar o latifúndio produtivo, com a produção de alimentos saudáveis.
O objetivo das famílias é plantar na área mais de 30 quilos de milho e 500 mudas de rama de mandioca, além de feijão.
“Com a produção queremos mostrar à sociedade que reivindicamos terra para poder viver e produzir. Podemos até não colher o que estamos plantando hoje, mas alguém fará e saberá que essas terras que não estavam produzindo podem gerar alimentos saudáveis”, explica Aida Teixeira, da coordenação estadual do MST.
Latifundiário estrangeiro
De acordo com os Sem Terra, a fazenda é de propriedade de um fazendeiro chinês, que comprou a área com investimentos de um fundo de pensão da China em 2008 e não investiu mais no local, que se encontra improdutivo.
Com a ocupação o MST denuncia a estrangeirização das terras brasileiras, a partir da compra dessas áreas por proprietários estrangeiros. O que coloca em risco a soberania nacional.
Os Sem Terra também exigem do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a desapropriação do latifúndio para fins de assentamento das famílias acampadas no local.
O latifúndio tem capacidade para assentar mais de 50 famílias e não há previsão para os acampados deixarem o local. “A nossa luta é de resistência e, como a área é improdutiva, vamos permanecer aqui e produzir alimentos para a população”, declara Paulo Machado, da coordenação estadual do MST.