Nota do MST em solidariedade a Mauro Iasi

Repudiamos essas manifestações de ódio de classe incitam a violência contra as lutadoras e os lutadores de diversas causas sociais, bem como naturalizam o assassinato em massa de jovens, pobres e negros nas periferias deste país.

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Da Página do MST

No atual contexto da luta de classes, tem ganhado força as manifestações conservadoras por parte das elites deste país, fomentando o racismo, o preconceito, o machismo, a lgbtfobia, e o cerceamento à livre expressão.

Recentemente o professor do Serviço Social da UFRJ, militante do PCB, escritor e poeta Mauro Iasi, foi vítima de mais um destes ataques violentos, que não atinge somente ele, mas à todas e à todos que lutam pela transformação social em diferentes trincheiras.

Ao final de uma análise de conjuntura, durante um evento realizado em junho deste ano, o professor declamou o poema “Perguntas a um bom homem” de Bertolt Brecht. Foi o suficiente para que a direita, meses depois, provocasse uma repercussão nas redes sociais bravejando contra o conteúdo do poema, o qual foi transportado de forma mecanicista para a atualidade, completamente fora do contexto no qual foi escrito. Utilizaram-se disso para atacar Iasi e sua família, com ameaças violentas e uma petição on line pedindo seu afastamento imediato da Universidade, contrariando todos os princípios de pluralidade de ideias e concepções que este espaço deve ter.

Repudiamos essas manifestações de ódio de classe, que apesar de absurdas, incitam a violência contra as lutadoras e os lutadores de diversas causas sociais, bem como naturalizam o assassinato em massa de jovens, pobres e negros nas periferias deste país.

Bertolt Brecht é prova da força que a arte possui. Mesmo passados 59 anos de sua morte, suas palavras, e não as de Iasi (no caso específico) amedrontam tanto a direita. Seguimos na luta, com nossas mãos, pedras e poemas.

Direção Nacional do MST

Outubro de 2015