MST lança nota em apoio à candidatura de Valéria Correia para a Reitoria da Ufal

Para o Movimento, a candidatura de Valéria Correia representa o contraponto a um modelo privatista de gestão e a possibilidade de fortalecer o diálogo com os movimentos populares.

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Da Página do MST

Com a realização do pleito para a escolha da nova gestão da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que terá seu segundo turno realizado no próximo dia 05 de novembro, o MST divulga nota em apoio à candidatura da chapa “Outra Ufal é possível”.

Na nota, o Movimento destaca a importância da unidade entre a classe trabalhadora na luta pela construção de um novo modelo de sociedade, e a necessidade de repensar o papel que a Universidade cumpri nos dias atuais. Para o Movimento, a chapa representa a possibilidade de diálogo com os movimentos populares e toda a sociedade alagoana.

“A candidatura de Valéria Correia representa o contraponto a um modelo privatista de gestão, a possibilidade de fortalecer o diálogo com os movimentos sociais e a sociedade em geral, a inversão de prioridades na gestão e a construção coletiva de um novo projeto para uma Universidade mais democrática, crítica e autônoma”, ressalta trecho da nota.

Confira abaixo a nota na íntegra:

Nota do MST em apoio à Chapa Outra UFAL é possível

Que a universidade se pinte de negro,
de mulato, de operário, de camponês;
que desça até o povo, que vibre com o povo.
Chê Guevara

Desde o início de nossa organização incluímos como prioridade a luta pela universalização do direito à escola pública de qualidade social, da educação infantil à universidade, entendendo que o acesso e permanência são fundamentais para inserir toda nossa base social na construção de um novo projeto de campo e nas lutas pelas transformações socialistas. Temos buscado construir coletivamente um conjunto de práticas educativas na direção de um projeto social emancipatório, protagonizado pelos trabalhadores e trabalhadoras.

No último período nosso movimento esteve debatendo e construindo espaços de luta na defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada no campo e na cidade em todos os níveis. Por ocasião do II Encontro Nacional de educadores e Educadoras da Reforma Agrária, reuniram-se 1400 delegados/as educadores/as militantes de todo o país, denunciando o modelo mercantilizador de educação e reafirmando a importância da unidade da classe trabalhadora na luta e na construção de outro modelo de educação, tendo em vista que no Brasil esse direito ainda não é garantido aos trabalhadores e trabalhadoras. 

As Universidades Públicas hoje tem atendido aos interesses da elite local, do agronegócio e do capital financeiro, exemplo que acontece também em Alagoas com o incentivo à pesquisa na cultura da cana de açúcar, transformando os alimentos, as sementes e todos os recursos naturais em mercadoria para atender os interesses, o lucro e a ganância das grandes empresas transnacionais. Este projeto de Universidade está cada vez mais distante de atender aos problemas do povo alagoano, como a fome, a miséria, o desemprego e o analfabetismo.

Em tempos como este, em que vivemos uma forte ofensiva da elite brasileira aos direitos da classe trabalhadora, com uma expressiva representatividade conservadora no Congresso Nacional; tempo em que vemos avançar a disseminação da intolerância, da homofobia, do racismo, do machismo, do extermínio da juventude pobre e negra; da inversão do real papel da universidade pública, precisamos exercer a unidade e o fortalecimento das nossas lutas para a construção de um novo modelo de sociedade.

É neste cenário que o MST soma-se na caminhada da candidatura da Professora Valéria Correia à Reitoria da Universidade Federal de Alagoas por compreender que o projeto “Outra UFAL é possível”, encabeçado por ela, é o que mais se aproxima da nossa compreensão do que deve ser a Universidade pública.

A candidatura de Valéria Correia representa o contraponto a um modelo privatista de gestão, a possibilidade de fortalecer o diálogo com os movimentos sociais e a sociedade em geral, a inversão de prioridades na gestão e a construção coletiva de um novo projeto para uma Universidade mais democrática, crítica e autônoma.

Alagoas, outubro de 2015

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Outra UFAL é possível: democrática, crítica, autônoma e popular!
Lutar, construir Reforma Agrária Popular!