Juventude baiana constrói frente popular de lutas

“O latifúndio destrói, o estado faz a guerra. O sangue da favela também é sangue Sem Terra”, foi o grito de ordem que deu o tom de unidade política à juventude.

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Com objetivo de consolidar um coletivo de planejamento e articulação para garantir a realização de diversas lutas protagonizadas pela juventude de diversos movimentos e organizações populares, é que nesta última quarta-feira (13) uma frente popular com a juventude baiana foi construída.

“O latifúndio destrói, o estado faz a guerra. O sangue da favela também é sangue Sem Terra”, foi o grito de ordem que deu o tom de unidade política à juventude que construiu uma grande faixa e a expôs para mais 1.500 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra no 28º Encontro Estadual do MST na Bahia, em Salvador.

Agitprop Maria Bonita

A primeira iniciativa da frente popular foi a construção da Brigada de Agitação e Propaganda Maria Bonita do MST.

A brigada conta com a participação de jovens Sem Terra, que já vêm contribuindo nas lutas em diversas regiões do estado, e com militantes do Levante Popular da Juventude, da Consulta Popular, do Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias (Neppa) e da Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT).

De acordo com Karla Oliveira, do coletivo de juventude do MST na Bahia, a brigada homenageia Maria Bonita, pois o seu legado serve de inspiração para o povo camponês sertanejo que vive resistindo à seca e ausência de estrutura, causados pelo avanço do agronegócio.

“Maria Bonita, mulher baiana, fugiu de casa em 1930, para fazer parte de um grupo de cangaço. Sendo a primeira mulher do grupo lutou bravamente ao lado de Lampião e de todos os outros cangaceiros do bando. Essa força é memorável”, explicou. 

Carta Compromisso

Além da brigada, foi construída a “Carta Compromisso da Juventude Popular da Bahia” que apontou a necessidade de intensificar as lutas contra os oligopólios da comunicação, as opressões de gênero e raça, as transnacionais, o avanço do imperialismo, a tentativa de golpe pela direita, entre outros.

Em contrapartida, a juventude defendeu: a democratização dos meios de comunicação, a Reforma Agrária Popular, o fortalecimento de um governo progressista e a realização de uma transformação social.

Pensando nisto, se comprometeram, através de diversas atividades conjuntas, a formar politicamente a juventude do campo e da cidade e construir lutas coletivas contra o capital.

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Leia abaixa a Carta Compromisso da Juventude Popular da Bahia:

No dia 10 de Janeiro de 2016, no 28° Encontro Estadual do MST na Bahia, 400 jovens de todo o estado se reuniram na “1° Assembleia da Juventude Popular da Bahia”, com a proposta de consolidar a unidade entre os movimentos da juventude do campo e da cidade, na perspectiva de tocar lutas conjuntas para a construção de um projeto popular.

O ano de 2015 veio repleto de muita luta e também de muita resistência para todo povo brasileiro, em específico para a juventude, que conseguiu demonstrar  através de ações, a força que tem, ficando visível a necessidade de estarem cada vez mais organizados para combater o projeto de morte da burguesia para a juventude.

Nos posicionamos contra o oligopólio da comunicação, pois não representa e nem atende aos interesses da classe trabalhadora; opressões como o machismo, o racismo, e a LGBTfobia; contra a invasão dos territórios através das empresas de mineração, das transnacionais, do agro e o hidronegócio, que expulsa a juventude do campo; o genocídio do povo negro e dos povos indígenas; os avanços do imperialismo na América Latina e os ataques que tem feito aos governos populares e progressistas; a tentativa de golpe contra a democracia; a criminalização dos movimentos sociais; a privatização e destruição dos bens naturais; a decomposição da cultura camponesa, indígena, afrodescendente e urbana.

Defendemos a democratização dos meios de comunicação, a construção de uma comunicação popular; a reforma agrária popular, entendendo a agroecologia como uma ferramenta em contraposição ao modelo de produção do capital; por implementação das políticas públicas para a juventude negra; o fortalecimento dos governos progressistas, pois compreendemos que só uma ampla reforma estrutural, protagonizada pelo povo, levará transformação social.

Nos comprometemos a realizar atividades conjuntas como: os acampamentos da juventude popular, formar a juventude e pautar a luta pela soberania alimentar, contra os agrotóxicos e a favor da agroecologia; a construir um novo modelo de comunicação popular; a fortalecer o internacionalismo; combater todo tipo de opressão; ocupar os latifúndios improdutivos; lutar contra o ajuste fiscal e a redução de direitos da classe trabalhadora; continuar avançando nas políticas de educação pública e popular, que se adeque à realidade dos estudantes; lutar contra o extermínio da juventude; a construir um coletivo estadual da juventude popular na Bahia.

Nos solidarizamos com as vitimas do crime ambiental, causado pela Vale e a Samarco, na cidade de Mariana-MG; às famílias dos jovens assassinados pela polícia militar nas periferias dos estados: RJ, PA, RN, PB, BA  e todo o Brasil; os povos Guarani Kaiowá no MS, assim como a luta e resistência dos povos originários.

Prestamos solidariedade também com as famílias dos 13 jovens exterminados pela PM, no bairro do Cabula, em Salvador; com as vítimas da queimada na Chapada Diamantina; lançamos toda a nossa solidariedade aos companheiros Deodito, Leandro, Reinaldo, Claudenice, João Folhinha, Welton e José Gomes, militantes do MST, que estão com um mandado de prisão em aberto sob acusação de resistência a um despejo, assim como também a tod@s militantes dos movimentos de luta pela terra e moradia, que sofrem despejos violentos, mas que seguem mostrando sua resistência debaixo da lona preta, na luta pela reforma urbana e pela reforma agrária popular.

A juventude tem um lado, o lado da classe trabalhadora.

Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Movimento do Atingidos por Barragem – MAB

Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM

Levante Popular da Juventude

Juventude do PT

Coletivo Quilombo

Coletivo de Entidades Negras – CEN

Marcha Mundial das Mulheres – MMM

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT

Diretório Central dos Estudantes da UFBA

Núcleo feminista Leila Gonzalez

Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias – Neppa

Coletivo Universitário pela Diversidade Sexual – Kiu