Em resposta a despejo violento, Sem Terra trancam rodovia no RN

Nossa resposta não tem como ser outra, senão, massificar as lutas, seguir organizando o povo e colocando a nossa alternativa para o campo brasileiro

 

Por Jailma Lopes
Da Página do MST

Na manhã desta segunda-feira (15), cerca de 150 famílias Sem Terra trancaram cinco trechos das BR’s 304 e 406, no Rio Grande do Norte.

Na BR-406, foram dois os trechos bloqueados: no Km 100, em João Câmara, e no Km 163, na comunidade de Maçaranduba, em Ceará-Mirim, cidade da região Metropolitana da capital potiguar. 

Na BR-304, o trecho interditado fica no Km 285, nas proximidades do restaurante Coisas da Roça, em Macaíba, cidade que também faz parte da Grande Natal. 

A ação foi um protesto contra a realização violenta de um despejo que aconteceu na manhã desta segunda no Acampamento Dandara, em Caicó, região do Seridó do estado.

O acampamento estava numa área da Empresa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN).

Antes do despejo, o MST realizou um acordo com o governo do estado, que concedeu 120 dias para que as famílias fossem realocadas em uma nova área. 

No entanto, segundo a direção estadual do Movimento, a EMBRAPA não cumpriu o acordo e seguiu ameaçando as famílias acampadas, e se utilizando dos meios de comunicação da região para criminalizar a luta dos Sem Terra.

Para Lucenilson Angelo, da direção nacional do Movimento, essa posição da empresa só ratifica o alinhamento político do governo federal com o agronegócio.

“Mais uma vez o governo federal está mostrando que o agronegócio é seu carro chefe. Nossa resposta não tem como ser outra, senão massificar as lutas, seguir organizando o povo e colocando a nossa alternativa para o campo brasileiro”, afirma.

Rosa Maria, da direção nacional do MST, disse que os acampados seguirão construindo as condições para um projeto de vida às famílias Sem Terra, de soberania popular para toda a região, projetando a dinamização da economia regional e avançando na luta por água e direitos sociais para o conjunto da sociedade. 

“Nossa tarefa é chegar nas regiões e contribuir para a transformação da sociedade, não só para as famílias camponesas, como para o povo da cidade. Sabemos que essa é uma região muito rica, marcada por muitas desigualdades. Todos os territórios que são alvos do agronegócio são devastadas, se apropriam da nossa pouca água, da terra, de investimentos exorbitantes e deixam a pobreza e doenças”, finalizou.