Sem Terra investem em formação para debater crises do capital
Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
A estruturação da sociedade burguesa, as crises cíclicas do capital e os instrumentos de alienação e exploração utilizados contra a classe trabalhadora, foram alguns dos temas debatidos e aprofundados durante o Encontro Intersetorial das brigadas Olga Benário e Nelson Mandela, no Extremo Sul da Bahia.
As atividades aconteceram entre os dias 15 e 16, no Acampamento Egídio Brunetto, em Prado, e contou com a participação de 350 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, assentados e acampados na região.
Segundo Maristela Cunha, da direção estadual do MST, os encontros realizados pelo MST na região têm ajudado a fortalecer os processos de formação e planejamento, como elementos estratégicos diante das crises no atual cenário político.
“O processo de formação nos faz avançar dentro da organização de nossos acampamentos e assentamentos. Nos faz crescer e transformar nossa sociedade, especialmente nesse ano de 2016”, disse Maristela.
Apontando na prática os resultados dos processos de formação, Isaura dos Santos, também da direção estadual, acredita que os resultados das campanhas para zerar o analfabetismo e contra o uso de agrotóxicos nas plantações são positivas e já podem ser constatados no cotidiano das famílias.
Já Gilson Santana, do setor de produção do MST, acredita que as famílias Sem Terra conservam e praticam muitos conhecimentos tradicionais importantes para construção da agroecologia e que devem ser potencializados.
“A formação constante e os intercâmbios de experiências ajudarão no fortalecimento dessas práticas, além de proporcionar a conscientização e apropriação desses por outras famílias”, concluiu Santana.
Organicidade e desafios
Durante o encontro, os trabalhadores organizaram uma ciranda infantil com objetivo de garantir a participação das mulheres nos debates e de levar os temas da plenária às crianças com ludicidade e brincadeiras.
Outro espaço que se destacou foi a barraca da saúde, que a partir da prevenção e com medicamentos naturais, contribuiu nos dois dias de atividade.
Através dessa organicidade e propondo avançar nas lutas contra o agronegócio, os Sem Terra afirmaram o compromisso de continuar construindo a Reforma Agrária Popular, fortalecendo as práticas agroecológicas.