Mais de mil mulheres Sem Terra ocupam fazenda autuada por trabalho escravo na BA

As ocupações possuem o objetivo de denunciar a violação dos direitos humanos e destruição da natureza em todo estado.

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Na madrugada deste sábado (5), cerca de 1300 mulheres Sem Terra ocuparam a fazenda Pingueira, do Grupo União Industrial Açucareira (UNIAL), no município de Lajedão, Extremo Sul da Bahia. Na área existe um monocultivo de cana-de-açúcar que estava interrompido por diversas denúncias de trabalho escravo.

A usina UNIAL foi autuada em flagrante, em novembro de 2015, pelo Grupo Especial de Erradicação do Trabalho Escravo (GEETRAE). Na ocasião, foram encontrados 330 trabalhadores, cortadores de cana, em situação de trabalho análogo ao escravo.

As mulheres denunciam as empresas transnacionais, chamando a atenção da sociedade ao modelo destrutivo do agronegócio para o meio ambiente, à soberania alimentar do país e a vida da população brasileira. 

“O modelo ‘agro–hidro-minero’ exportador não pode continuar sendo base da economia da sociedade brasileira”, enfatizam. 

Apurações 

A UNIAL atua no ramo sucroalcooleiro, é responsável pela fabricação do açúcar cristal da marca União que já responde a dois inquéritos civis instaurados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). 

As ações apuram denúncias de terceirização ilícita, doença ocupacional, trabalho infantil e violações à Norma Regulamentadora 31, a NR-31, que trata da segurança e saúde no trabalho, na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura. 

Mulheres em Luta

A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que no mês de março estará intensificando as mobilizações e ocupações contra o agronegócio e em defesa da natureza e a alimentação saudável.

As ocupações possuem o objetivo de denunciar a violação dos direitos humanos e a destruição da natureza, “praticados pelo agronegócio do eucalipto e da cana-de-açúcar na região no extremo sul da Bahia”, destacam as trabalhadoras.

No território baiano, o MST afirma que realizará até abril, mais de 50 mobilizações e ocupações.