MST bloqueia principais rodovias do Mato Grosso do Sul
Da Página do MST
O Movimento dos Trabalhadores Rurais de Mato Grosso do Sul (MST), bloqueou na manhã desta sexta-feira (15) as principais rodovias do Estado, como parte de uma ação nacional. Estão participando da atividade cerca de mil famílias Sem Terra.
As rodovias bloqueadas são a BR 262, entre Terenos e Anastácio, a BR 163, entre Mundo Novo a Eldorado e a BR 267, próximo a Casa Verde, estrada que liga MS a SP. Os acampamentos do MST que fazem parte da ação são: na BR 262, o Dorcelina Folador, na BR 163, o Antônio Irmão e o José Marcio Zoia e na BR 267, os acampamentos Florestan Fernandes, Teixeirinha, Zumbi dos Palmares, Graciano e 12 de Abril.
A ação acontece em solidariedade aos Sem Terra do Paraná, contra a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) de paralisar a reforma agrária, contra o golpe, em defesa da democracia e para lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás.
No último dia 7 de abril, foram alvos de uma ação covarde do governo do Paraná, integrantes do Acampamento Dom Tomas Balduíno do MST, que fica localizado no município de Quedas do Iguaçu.
Na ocasião foram vítimas fatais de uma emboscada realizada pela Policia Militar e por seguranças contratados pela empresa Araupel, os trabalhadores rurais Vilmar Bordim, 44 anos, casado, pai de três filhos e Leonir Orback de 25 anos, deixa esposa gravida de nove meses. Também foram feridos mais sete trabalhadores. Todos os ataques foram feitos pelas costas, o que deixa claro como foi o ocorrido.
Sobre as investigações do TCU em relação a corrupção no Incra, queremos que os responsáveis sejam investigados e punidos. O que não podemos permitir é que se paralise a reforma agrária no país, enquanto o processo se desenrola com a morosidade costumeira. São milhares de famílias passando fome em seus barracos de lona, às margens da rodovia.
Também estamos nas rodovias para lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás, que ocorreu em 17 de abril de 1996, no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, decorrente da ação da polícia do estado do Pará. Vinte um Sem Terra foram mortos pelos policiais. O confronto ocorreu quando 1.500 Sem Terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras. Após 20 anos a impunidade e violência continuam assombrando nossas famílias acampadas e assentadas.
Por fim, ressaltamos que temos lado na disputa política que vem sendo travada nacionalmente no Brasil. Somos contrários ao impeachment da presidenta da república, Dilma Rousseff, porque estamos do lado da democracia.