Após despejo, Sem Terra reocupam latifúndio e intensificam denúncias
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Na manhã deste sábado (30), cerca de 200 famílias Sem Terra reocuparam, pela terceira vez, a fazenda Planície, de 600 hectares, situada no município de Itanhém, Extremo Sul da Bahia.
A ação aconteceu após oito dias das famílias terem sido obrigadas, através de uma liminar de despejo, a abandonarem seus lares. Na ocasião, foi deixado para traz mais de seis hectares de plantações de milho, abóbora, feijão, tomate, melancia e uma variedade de hortaliças. Além dos seus pertences pessoais.
Ao reocupar a área e montar um novo acampamento, os Sem Terra encontraram os seus “barracos” destruídos por tratores e parte da produção saqueada, que seria comercializada nas feiras locais, o que beneficiaria a população como um todo.
Para o MST na região, esta ação é mais uma tentativa de intimidação da classe dominante local que tenta a todo custo impedir a construção da Reforma Agrária Popular.
Acampamento Padre José
O acampamento foi construído durante a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, realizada no mês de abril de 2015, onde diversos latifúndios improdutivos foram ocupados no estado.
A fazenda Planície, uma das nove de Jorge Afonso, foi denunciada pelo MST como improdutiva e com uma série de pendências junto ao poder público. Os trabalhadores afirmaram ainda, que mesmo diante das irregularidades e as diversas denúncias à justiça local, o processo de desapropriação está travado.
Por outro lado, as famílias já receberam duas liminares de despejo emitidas pelo poder judiciário da região, que não está levando em consideração as denúncias dos acampados.
“Cobramos um posicionamento do governo”
Diante das inúmeras práticas de abuso de poder e concentração de riqueza na região, as famílias reafirmam o compromisso de seguirem denunciando e lutando pela Reforma Agrária Popular.
A direção do Movimento na região destaca que é inadmissível os trabalhadores serem tratados com tanta negligência e exige um posicionamento do Governo do Estado frente a essa situação contínua de abuso de poder e criminalização das lutas populares.