Dirigente do MST recebe homenagem da CPT em Alagoas

Segundo Carlos Lima, da coordenação da CPT, a criação do Prêmio Dom Helder Câmara foi uma forma de homenagear aqueles que se dedicam a luta pela Reforma Agrária

Prêmio 2.JPG
José Roberto recebendo o prêmio  Dom Helder Câmara

 

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

Em homenagem aos esforços na construção da unidade nos movimentos de luta pela terra de Alagoas, José Roberto, da Direção Nacional do MST, recebeu o prêmio Dom Helder Câmara, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), em sua última Assembleia Estadual.

José Roberto foi homenageado, em especial, pelo papel na articulação dos movimentos populares do campo na disputa pelas terras da massa falida do Grupo João Lyra, grupo liderado pelo empresário e ex-deputado federal (PSD), João Lyra, com falência decretada pela primeira vez há sete anos, com dívida calculada em  R$ 2,1 bilhões aos governos estadual, federal, além de ex-funcionários.

Diversas lutas unitárias foram travadas pelos oito movimentos de luta pela terra em Alagoas, tendo como grande expressão da unidade das organizações a Marcha em Defesa da Reforma Agrária, da Democracia e Contra o Golpe que, em abril, percorreu mais de 80 km com mais de 2000 Sem Terra. Na ocasião, os trabalhadores também exigiam que as terras que antes pertenciam as usinas do Grupo João Lyra, fossem destinadas para fins de Reforma Agrária.

Segundo Carlos Lima, da coordenação da CPT, a criação do Prêmio Dom Helder Câmara foi uma forma de homenagear aqueles que se dedicam a luta pela Reforma Agrária.

“Temos oferecido esse prêmio a pessoas que não estão diretamente envolvidas em organizações do campo, apoiadores e apoiadoras da luta pela terra. Mas esse ano decidimos pela primeira vez homenagear alguém que está diretamente envolvido com a luta pela Reforma Agrária em Alagoas”, destacou.

“Por entender o papel que o José Roberto desempenhou desde que chegou ao estado de Alagoas, no sentido mais específico de dar unidade a luta do campo alagoano, podemos dizer que ele foi o primeiro responsável pela unidade que se constrói entre os movimentos de luta pela terra de Alagoas. Foi por isso que a CPT por unanimidade decidiu que o Prêmio fosse entregue a ele esse ano”, explicou Carlos Lima.

O dirigente Sem Terra recebeu o prêmio dedicando a cada trabalhador e trabalhadora rural que sonha e luta com seu pedaço de terra para viver. “Cada companheiro e companheira que acreditou e acredita que é possível vencer o latifúndio e em nossa vitória na disputa pelas terras aprisionadas pelo João Lyra levam parte desse prêmio comigo”, disse José Roberto.

José Roberto lembrou também dos trabalhadores e trabalhadoras que tombaram na luta pela terra, para ele a unidade e o fortalecimento da luta pela Reforma Agrária em Alagoas são mais uma forma de vingar a morte de cada um, “nossa unidade, assim como cada uma de nossas conquistas é para vingar a morte dos companheiros que tombaram nessa luta. Cada ação, cada enfrentamento e cada passo que nós damos é nossa forma de mostrar que seguimos fortes, na luta para garantia de vida digna para o nosso povo”.

 

*Editado Por Maura Silva