Sem Terra são despejados do Acampamento Luís Gama em Teixeira de Freitas

As famílias estavam acampadas há mais de um ano e haviam organizado a área ocupada com fornecimento de água, luz e já tinham uma escola em pleno funcionamento

 

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Trabalhadora Sem Terra durante despejo do Acampamento Luís Gama em Teixeira de Freitas

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Nesta última sexta-feira (26), cerca de 105 famílias Sem Terra que moravam no Acampamento Luís Gama, na fazenda Mariângela em Teixeira de Freitas, Extremo Sul da Bahia, foram despejadas pela Polícia Militar (PM).

As famílias estavam acampadas há mais de um ano e haviam organizado a área ocupada com fornecimento de água, luz e já tinham uma escola em pleno funcionamento. Além disso, já cultivavam mais de 10 ha de terra, com abóbora, feijão, milho, banana, tomate, melancia e uma grande variedade de hortaliças.

A liminar foi emitida pelo juiz da comarca local, Marcos Aurelius, atendendo o pedido do latifundiário Joaquim Henrique, o que obrigou as famílias a abandonarem a área, caracterizada pelo MST como improdutiva, deixando tudo para trás.

De acordo com os trabalhadores e trabalhadoras, a fazenda estava abandonada, tomada pelo mato e não se produzia nada. Além disso, o latifundiário mora em Salvador e não visita a fazenda.
 

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Plantio de hortaliças feito pelos Sem Terra na área

Em 2014, por exemplo, a propriedade foi arrendada às empresas de eucalipto da região, mas devido o relevo muito inclinado o negocio não funcionou e o proprietário abandonou a terra.

Na ocasião, a Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA), do Governo do Estado da Bahia, após analisar a situação da fazenda e com a anuência do proprietário em vender o imóvel, se comprometeu perante as famílias a comprar a propriedade e destina-la para fins de Reforma Agrária. Entretanto nada foi realizado.

De acordo a direção do MST na região, a luta é por dignidade, direito e a garantia de uma vida melhor. As famílias denunciam o modo parcial da justiça e a morosidade das instituições do estado, que não atuam em defesa da classe trabalhadora e se justificam nos aparatos burocráticos para não atender demandas pautadas pelos Sem Terra.

Mais uma vez, a direção do Movimento reafirma o compromisso de continuar na luta pela Reforma Agrária e exige uma resposta imediata referente a esta situação.

*Editado por Iris Pacheco