Jornada Unitária do campo segue mobilizando milhares de pessoas em todo país

Em seu segundo dia, 13 estados são mobilizados em defesa da reforma agrária e contra o golpe

 

Da Página do MST 

Começou nessa segunda-feira (5) e vai até a próxima quarta (7) em todo país, a Jornada de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, organizada por movimentos populares, sindicais e pastorais que atuam no campo brasileiro.

A questão agrária é a pauta principal da jornada, que tem entre as suas reivindicações o assentamento imediato das mais de 120 mil famílias acampadas em todo o país, a revogação da lei que permite a venda indiscriminada de terras para estrangeiros, a defesa da produção de alimentos saudáveis e de políticas de transição para a agroecologia.

Outro ponto tratado durante a Jornada é o desenvolvimento e infraestrutura no campo, como o fortalecimento de programas estruturantes, assistência técnica e demais programas que garantem a produção da agricultura familiar e camponesa.

Os manifestantes também vão às ruas contra a retirada de direitos, contra a criminalização dos movimentos populares e, principalmente, contra o golpe e pela democracia após a violação da Constituição brasileira pelo Congresso Nacional e pela elite econômica e política do país que levou Michel Temer à Presidência da República. 

Confira as ações desta terça-feira (06)

Rio de Janeiro 

Nesta terça-feira (06), cerca de 200 camponeses, agricultores, quilombolas de diversos movimentos sociais realizaram manifestação em frente à sede do Incra, no centro do Rio de Janeiro, reivindicando a obtenção de terras para famílias acampadas, assistência técnica e créditos para Reforma Agrária, além de outras pautas.

Desde o período da manhã, as famílias estavam concentradas na Praça da Candelária, no centro da capital e depois caminharam até a sede do prédio, na Avenida Presidente Vargas. 

 

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Trabalhadores e trabalhadoras mobilizadas em frente ao Incra no RJ. Foto: Pablo Vergara

Bahia 

Mais de 1,5 mil trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra chegaram a capital baiana nesta última segunda-feira (5) em defesa da Reforma Agrária, pela democracia e contra o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (PMDB).

Munidos de suas ferramentas de trabalho e reivindicando alguns pontos específicos, em especial o descaso com a educação do campo – pauta histórica do MST na Bahia -, os trabalhadores montaram um grande acampamento no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) por tempo indeterminado.

 

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Sem Terra marcham pela capital baiana. Foto: Manuela Hernandez

Alagoas

Para continuar a pressionar o governo e outros órgãos, os movimentos que realizam Jornada de Lutas Unitária dos trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas realizaram uma nova marcha, na manhã desta terça-feira, com paradas em pontos estratégicos. Entre eles está o Tribunal de Justiça (TJ-AL), onde cobrará celeridade na condenação e prisão dos mandantes de assassinatos de lideranças Sem Terra, como o caso de Jaelson Melquíades, morto em 2005 em Atalaia.

Ainda nesta terça, a coluna com cinco mil homens e mulheres trabalhadores rurais se deslocou até o Incra, onde protocolaram pauta, para fazer a primeira negociação com o novo presidente, indicado pelo Governo Federal. Na pauta, demandas dos assentados e aquisição de terras para criação de novos assentamentos.

As mobilizações continuam ainda nesta quarta-feira (07), quando em conjunto com os movimentos urbanos, será realizado mais uma edição do Grito dos Excluídos, desta vez com o grito de “Fora Temer! E nenhum direito a menos!”.

 

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Camponeses e camponesas em marcha pela reforma agrária. Foto: Ésio Melo (CPT)

Brasília

Os movimentos populares seguem firmes na luta pela democracia e contra o golpe. Na tarde desta terça-feira (06), houve uma manifestação em frente ao Palácio da Alvorada denunciando o golpe e exigindo a volta da democracia para o país.

Em Defesa das políticas de habitação para o campo, as camponesas e camponeses também marcharam até o ministério das cidades com a pauta da retomada imediata das políticas públicas de habitação para o campo, fundamentais para superar o déficit habitacional que atinge milhares de famílias em todo o país.

Os trabalhadores exigem a retomada imediata da “faixa 1” do Minha casa minha vida, que foi extinta pelo governo temer.

Nesta quarta-feira (7), o acampamento organizado pelos movimentos sociais do campo participará do 22º Grito dos Excluídos. A concentração para o ato será às 8h30, no Museu da República. A passeata deve percorrer a Esplanada dos Ministérios. 
 

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Camponeses e camponesas marcham rumo ao Ministério das Cidades. Foto: Bruno Pilon

Rio Grande do Norte

Na madrugada desta terça-feira (06), o MST ocupou a BR 101. A ação realizada como uma forma de resistência à liminar de reintegração de posse da Comuna Urbana na propriedade improdutiva do governador Robinson Farias (PSD), alvo da especulação imobiliária no estado.

As 600 famílias Sem Terra e Sem Teto sofreram pressão da PM que fez uma cobertura da aérea com helicópteros, intimidando os trabalhadores.

Além disso, o Incra segue ocupado, pressionando pelo assentamento das famílias acampadas há mais de dez anos.
 

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BR 101 trancada em resistência ao despejo da Comuna Urbana.

Confira as ações desta segunda-feira (05)
 

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As atividades da Jornada de Lutas Unitária estão concentradas em Brasília, onde já está sendo montado um acampamento que durará até quarta-feira (07). Foto: Bruno Pilon

Brasília 

Na capital federal, o principal polo de mobilização dessa Jornada, duas mil pessoas ocuparam na madrugada de hoje (5) o Ministério do Planejamento, na Esplanada dos Ministérios. 

As atividades da Jornada de Lutas Unitária estarão concentradas neste local, onde já está sendo montando um acampamento que durará até o dia 7, quando os manifestantes também se integrarão às ações do Grito dos Excluídos.
 

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Ocupação do Ministério do Planejamento pelo campo unitário em Brasília.

Alagoas

Numa unidade entre os movimentos sociais do campo e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Alagoas (Fetag-AL), mais de cinco mil trabalhadores rurais iniciaram mobilização na capital alagoana. Partindo da praça Sinimbu, os camponeses realizaram marchas e atos públicos pelas ruas do Centro, defendendo políticas públicas que colaborem no desenvolvimento do meio rural. Já no Alto Sertão do Estado, os camponeses marcharam entre Senador Rui Palmeira e São José da Tapera, com um contingente de duas mil famílias.

Participaram das mobilizações além da Fetag-AL, a CPT, Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Via do Trabalho e Terra Livre.

Os trabalhadores também ocuparam o Tribunal de Contas da União (TCU)

 

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Camponeses e camponesas em marcha no estado de Alagoas

Ceará

Cerca de dois mil trabalhadores/as rurais ocuparam na manhã desta segunda-feira (05) seis agências do Banco do Nordeste, nos municípios de Santa Quitéria, Quixadá, Crateús, Quixeramobim, Itapipoca e Canindé.

Dentre as reivindicações está o assentamento imediato das 120 mil famílias acampadas em todo Brasil, demarcação de terras indígenas e a não retirada de direitos pelo governo golpista de Michel Temer. 

 

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Mobilização na agência do Banco do Nordeste no Ceará

Porto Alegre

Por Reforma Agrária, contra o golpe e a retirada de direitos, cerca de dois mil trabalhadores Rurais Sem Terra ocupam desde a manhã desta segunda-feira (5) o pátio do Incra e do Ministério da Fazenda em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Os agricultores exigem a retomada da Reforma Agrária com o assentamento de 2,3 mil famílias acampadas no estado e a suspensão da decisão do TCU de penalizar mais de 578 mil assentados no país por considerá-los irregulares.

No RS, onde há em torno de 13 mil famílias assentadas, segundo informações do Incra, mais de 10,5 mil beneficiários da reforma agrária encontram-se em situação de irregularidade.
 

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Sem Terra ocupam o Ministério da Fazenda em Porto Alegre 

Rio Grande do Norte

600 famílias Sem Terra ocuparam na madrugada desse domingo (04), uma área improdutiva de 300 hectares localizada na Zona Norte de Natal (Parque dos Coqueiros). O terreno é de posse da família do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Farias (PSD).

Nesta segunda-feira (05), questão agrária é a pauta principal da jornada e cerca de 300 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam o  Incra, em Natal, Rio Grande do Norte.

Segundo, Lucenilson Angelo, da direção nacional do MST, nos últimos meses, com a crise econômica e com os meses de instabilidade política que consolidou o golpe que levou o então vice-presidente Michel Temer à Presidência da República, a situação da população do campo piorou significativamente.
 

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Sem Terra ocupam o INCRA em Natal e pressiona por Reforma Agrária

Paraná 

Cerca de mil integrantes do MST, de todas as regiões do Paraná, ocuparam o  Incra na manhã desta segunda-feira (5). Os trabalhadores também denunciam a ameaça à soberania nacional, a criminalização dos povos indígenas, quilombolas, mulheres e a paralisação de diversas políticas públicas, como as que envolvem o andamento da Reforma Agrária, tais como: o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária  (ATES), Terra forte, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Minha Casa Minha Vida.

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No Paraná, os trabalhadores preparam a montagem dos barracos na ocupação do INCRA.

Espírito Santo 

Em Vitória, cerca de 300 Sem Terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Além de reivindicar as pautas da Jornada de Lutas Unitária os trabalhadores também protestam contra o golpe e a retirada de direitos significativa da classe trabalhadora.
 

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Camponeses e camponesas chegam à sede do INCRA em Vitória, Espírito Santo

Mato Grosso 

Desde domingo (04), cerca de 250 integrantes do MST de todas as regiões do estado de Mato Grosso, ocupam a sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Os trabalhadores exigem o assentamento imediato das duas mil famílias que se encontram ainda acampadas, a efetivação dos assentamentos a adequação de infraestrutura dos assentamentos já existentes e a agilidade no processo de regularização das famílias beneficiarias da Reforma Agrária junto ao TCU.

 

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Trabalhadores e trabalhadoras denunciam o governo golpista

 

Maranhão

200 famílias Sem Terra ocuparam nessa manhã (5) a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)

Os manifestantes exigem o fortalecimento do instituto, e o assentamento imediato das famílias acampadas em todo estado. 
 

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Trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocupam o Incra no MA

 

São Paulo (Capital) 

Cerca de 300 Sem Terra, representando 10 regionais organizadas pelo MST, ocuparam a superintendência do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na manhã dessa segunda-feira (5).

São Paulo (Ribeirão Preto) 

150 trabalhadores do MST e de movimentos parceiros bloquearam a Rodovia Anhanguera no km 340. Na ação foram distribuídas aproximadamente meia tonelada de alimentos orgânicos produzidos nos assentamentos do MST da região. Os trabalhadores também realizaram trancamento da Rodovia Cândido Portinari com cerca de 120 pessoas.

São Paulo (Andradina)

150 Sem Terra bloquearam a Rodovia Marechal Rondon na cidade de Andradina.

São Paulo (Sudoeste)

Aproximadamente 120 trabalhadores Sem Terra ocuparam as terras do Horto Florestal na região Sudoeste do estado.  A ocupação reivindicou a conclusão do processo de seleção e criação do assentamento da Fazenda Lageado, em Itaporanga e a criação do assentamento na fazenda Cacan, em Riversul. Além disso, os trabalhadores exigiram a retomada das  negociações com a Secretaria do Meio Ambiente para a criação do assentamento agroecológico Nova Esperança.

São Paulo (Promissão)

Cerca de 300 pessoas ocuparam a Fazenda Santa Maria, do grupo Atalla, no município de Piraju. Eles também reivindicaram a protocolação da área na Procuradoria da Fazenda Nacional com a intenção que entre com a execução fiscal para início do processo de adjudicação. Também na região 150 manifestantes ocuparam a Fazenda Torrão de Ouro, em Alvinlândia

São Paulo (Iaras)

Trabalhadores Sem Terra ocuparam a agência do Banco do Brasil, em Agudos. Além de todas as pautas da Jornada Unitária, os manifestantes denunciaram a morosidade no atendimento às famílias, a falta de preparo da gerência local para as pautas específicas com os assentados e a paralisação na liberação de créditos e financiamentos Os trabalhadores também ocuparam a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) no município.

São Paulo (Pontal do Paranapanema)

Os trabalhadores ocuparam agências do Banco do Brasil na região, o escritório do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e também realizaram trancamento de rodovias.

Além do golpe de Estado, os trabalhadores denunciaram o bloqueio de políticas públicas, a paralisação da Reforma Agrária e a retirada de direitos da classe trabalhadora. Recentemente o TCU, em uma ação que supera suas atribuições constitucionais, determinou a paralisação completa da Reforma Agrária, enquadrando através de uma metodologia questionável, 578 mil beneficiários das políticas públicas no campo. 

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Em Jornada de Lutas Unitária, Sem Terra bloqueiam a rodovia Anhanguera

Pernambuco 

Cerca de 500 Sem Terra ocuparam a sede do Incra e os vão permanecer no local até a próxima sexta-feira (9).

A ocupação faz parte da Jornada de Lutas Unitária e além das pautas já apresentadas, os Sem Terra exigem a desapropriação de área para fins de Reforma Agrária e também acesso ao crédito para agricultura familiar.