Comunidade quilombola afirma resistência política e cultural em Aracati

O evento se configura como um espaço político e cultural para os trabalhadores e trabalhadoras da comunidade

 

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Por Tiago Pereira
Da Página do MST

Entre os dias 09 a 11 de setembro, ocorreu a III Festa do Mangue: “Pela Identidade Quilombola Pesqueira e Território Livre”, na comunidade Quilombola do Cumbe, em Aracati, estado do Ceará.

Organizada pela Associação de pescadores e pescadores da comunidade e com o apoio de várias organizações como o MST, Movimento de Pescadoras e Pescadores (MPP) e Organização Popular de Aracati (OPA), o evento contou com mais de 300 participantes oriundos tanto do estado do Ceará, quanto do Rio Grande do Norte.

De acordo João do Cumbe, “a festa é um espaço de afirmar a identidade dos pescadores e pecadoras, bem como, as lutas do povo do Cumbe e sua resistência”. O evento também se configura como um espaço político e cultural para os trabalhadores e trabalhadoras da comunidade.

Nos últimos anos, a comunidade vem sofrendo grandes conflitos territoriais e ambientais, seguidos de perseguições a militantes locais.

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Segundo Cleomar Ribeiro, da coordenação da comunidade, e evento além de celebrar as conquistas divulga a luta e os trabalhos que a comunidade desenvolve. “Vivemos em conflito diário por causa da energia eólica e da criação de camarão que privatiza o território e impedem o acesso à praia e ao rio”, salienta.

A festa que durou três teve uma programação recheada de visita e trilhas nas dunas durante o dia e a noite animada por grupos de capoeira e Maculelê da região. Também houve a vivência no mangue com oficinas de mariscagem, pescaria e cata de caranguejo e apresentação teatral da Cia de artes andanças de Fortaleza, com o espetáculo Devoração seguido de forró cultural. O encerramento foi marcado pelo concurso de cata de caranguejo acompanhado de trilhas que possibilitaram conhecer os lugares da memória ancestral do Cumbe.

*Editado por Iris Pacheco