Em Recife, dia de lutas começa com fábrica fechada
Por Alan Tygel
Da Página do MST
A fábrica da Gerdau/Açonorte, em Recife (PE), amanheceu fechada nesta quinta-feira (22). Cerca de 200 metalúrgicos e Sem Terras bloquearam a entrada da fábrica de 5:30h às 8:00h. A ação deu início ao Dia Nacional de Paralisações, e foi coordenada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco, com o apoio do MST.
De acordo com o vice-presidente do Sindmetal, Enoque Amâncio Neto, “a Gerdau foi a única empresa em Pernambuco que não aderiu ao acordo coletivo para aumento dos salários, e fica oferecendo só os abonos. Se aceitarmos abono, isso vira moda e daqui a pouco estamos recebendo o mínimo!”, protestou. Ele e outros sindicalistas denunciaram ainda diversos tipos de assédio dentro da empresa, incluindo a redução no horário de almoço para 40 minutos. Alguns médicos da empresa foram denunciados ao Conselho Regional de Medicina (CRM) por negarem-se a emitir Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e dar laudos falsos.
Na avaliação do dirigente, o momento de luta é muito importante, pois após o golpe, as perdas trabalhistas tendem a piorar. O governo Temer já propôs aumento da jornada para 80 horas, e aposentadoria somente aos 70 anos.
O MST também esteve presente na porta da fábrica desde cedo, dialogando com os trabalhadores que entravam para o turno da manhã. O coordenador da regional metropolitana, Axé, ressaltou a importância da união campo e cidade: “Estamos aqui pois este governo não nos representa. A burguesia nunca quis que o filho do trabalhador virasse médico, advogado, e Lula deu esse direito a nossos filhos.”, disse Axé, que ressaltou ainda que o MST segue na luta pela Reforma Agrária e contra o uso de agrotóxicos.
O Sem Terra avaliou ainda que o Congresso e o Senado são dominados pelos interesses do latifúndio e dos empresários, por isso nunca admitiram o PT no governo. E alerta: “Nessas eleições, temos que eleger não só prefeitos, mas vereadores que deem condições de termos avanços sociais.”, afirmou.
Em Recife, as ações do Dia Nacional de Paralisações seguem com um ato à tarde em frente à Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe).
*Editado por Rafael Soriano