Sem Terra vendem alimentos orgânicos em mais uma feira de Porto Alegre

​Feira acontecerá todos os sábados, das 7 às 13 horas, no bairro Petrópolis

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Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

Os alimentos saudáveis da Reforma Agrária podem ser adquiridos em mais um ponto de venda em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Neste sábado (29), famílias assentadas em Nova Santa Rita, Viamão, São Jerônimo e Eldorado do Sul, na região Metropolitana, inauguram uma feira orgânica na rua Rômulo Telles Pessoa, ao lado da Praça André Forster, no bairro Petrópolis.

A feira vai funcionar todos os sábados, das 7 às 13 horas, e envolve 16 associações e cooperativas, representadas por 107 famílias de 20 municípios. Das 24 bancas, cinco serão de alimentos produzidos por grupos de trabalhadores Sem Terra, que estão organizados na Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs), Cooperativa dos Trabalhadores Assentados na Região de Porto Alegre (Cootap) e Cooperativa de Produtores Orgânicos da Reforma Agrária de Viamão (Cooperav). Neste primeiro dia de feira, os produtores comercializarão hortifrutigranjeiros e arroz agroecológico – todos têm certificação orgânica.

O agricultor Joice Sarmento dos Santos, do Assentamento Santa Rita de Cássia II, de Nova Santa Rita, conta que a intenção das famílias Sem Terra é, futuramente, levar alimentos processados para comercialização. Eles serão preparados numa agroindústria vegetal, prevista para ser inaugurada no mês de novembro no Assentamento Itapuí, também em Nova Santa Rita.

Os produtos da Reforma Agrária do município também são vendidos para escolas, organizações e entidades através de políticas públicas governamentais. “Há, pelo menos, dois anos entregamos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e já estudávamos a inserção da nossa produção em feiras. Hoje comemoramos a conquista desse novo espaço”, explica Santos.

A expectativa dos assentados que participarão da feira, de acordo com a agricultora Clarice da Cruz, também moradora do Assentamento Santa Rita de Cássia II, é conseguir dialogar com os consumidores sobre a importância da reforma agrária popular e mostrar a eles que os assentamentos do MST estão produzindo alimentos saudáveis. “É uma oportunidade para além da obtenção de renda. Nós queremos que as pessoas vejam com bons olhos a nossa produção e compreendam o papel da reforma agrária na sociedade”, argumenta.

Conforme a assistente social Sandra Rodrigues, a Cooperativa de Trabalho em Serviços Técnicos (Coptec) também se insere nesse contexto: ela ajuda os agricultores a organizarem a produção dos assentamentos. “Nós fazemos oficinas e dialogamos permanentemente com as famílias, ajudando-as a buscar novos pontos de venda para os seus alimentos orgânicos. É nesses espaços que o diálogo com a sociedade também acontece”, conclui.

Reivindicação da comunidade

Segundo a prefeitura de Porto Alegre, a abertura da feira orgânica atende a uma demanda dos moradores do bairro Petrópolis, onde foram coletadas 600 assinaturas em prol da iniciativa. Os produtores escolhidos estão adequados aos parâmetros exigidos pela legislação de orgânicos e pela Resolução 03/2012 (que regula as feiras ecológicas de Porto Alegre) de forma a garantir a Certificação da Feira aos consumidores.