Estudantes de ocupação na UFBA prestam solidariedade ao MST

O processo de criminalização dos movimentos sociais foi debatido em espaço da universidade ocupado pelos estudantes contra a PEC 241 e, em defesa dos direitos da classe trabalhadora brasileira

 

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Para Página do MST
Por Caroline Anice*

 

O atual processo de criminalização dos movimentos sociais foi tema de debate realizado nesta segunda-feira (07), na Universidade Federal da Bahia (UFBA), no campus de Salvador, com a participação do dirigente nacional do MST, Evanildo Costa, e da professora Celi Taffarel, da faculdade de educação da UFBA.

 

O espaço foi construído pelos estudantes que estão ocupando a Universidade contra a PEC 241 e, em defesa dos direitos conquistados historicamente pela classe trabalhadora no Brasil.

 

Um dos pontos no debate foi à invasão cometida pela Polícia Civil de São Paulo à Escola Nacional Florestan Fernandes (Enff), na última sexta-feira (04). A Escola é considerada pelos estudantes como um instrumento da classe trabalhadora nacional e internacional.

 

Relembrou-se que no mesmo dia, 4 de novembro, o baiano Carlos Marighella foi assassinado pelas forças da ditadura militar e avaliaram que é essencial garantir na programação da Ocupação na UFBA o debate acerca da criminalização dos movimentos sociais, prestando solidariedade e apoio ao MST.

 

Evanildo apontou a desmoralização e repressão como ferramentas de criminalização da luta dos movimentos sociais, processo enfrentado historicamente pela classe trabalhadora. “É grande a crueldade da burguesia, porém, maior ainda é a solidariedade entre os trabalhadores”.

 

“O último acontecimento na Enff só prova, mais uma vez, que precisamos nos organizar, ampliar nosso trabalho de base e ocupar todos os espaços que pertencem a nós por direito. Seja o latifúndio improdutivo ou os grandes centros acadêmicos”, destacou.

 

A professora Celi trouxe como temática central o avanço das forças conservadoras a nível internacional, conectando os processos de criminalização do MST com o acirramento do projeto neoliberal. Lembrou também do golpe e da perda de direitos que os trabalhadores e trabalhadoras estão sofrendo. “A juventude sabe que só a luta muda à vida e por isso não vão arredar o pé dela”, destacou.

 

Ocupa UFBA

 

Após o debate, os jovens estudantes seguem firmes no processo de ocupação em defesa da educação pública e dos “sonhos do povo brasileiro”. Para muitos, estar na mobilização significa projetar um futuro diferente, com mais igualdade, respeito e direitos.

 

Professora da UFBA, Celi Taffarel, comenta criminalização do MST e da luta de classe! 

*Caroline Anice é da Comissão de Comunicação da Ocupação na UFBA e militante do Levante Popular da Juventude

 

*Editado por Solange Engelmann