Via Campesina Internacional denuncia a crescente criminalização e a persecução do campesinato no Brasil

"Os povos do mundo tem o direito a resistir e a protestar diante as políticas neoliberais que reduzem os nossos direitos e atentam contra a vida"

 

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Da Via Campesina

A Via Campesina, movimento camponês internacional, denuncia a tríplice aliança entre o governo golpista de Temer, os interesses transacionais e os meios massivos de comunicação, que procuram criar um cenário na opinião pública para criminalizar aos movimentos sociais no Brasil no seu legítimo direito a resistir e a protestar. 

Desde sua posse no poder, o governo Temer tem fortalecido o projeto neoliberal de reduzir custos do trabalho, entregar recursos, privatizar e dar previlégios ao agronegócio em detrimento dos setores populares, camponeses, indígenas e as populações mais pobres; os recursos que antes estavam destinados ao setor público como educação, saúde e direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores foram pisoteados dias após sua posse. Impondo uma política de medo, perseguição e criminalização orquestrada pelos meios de comunicação como a Rede Globo, onde nossos companheiros e companheiras são apresentados como criminosos, violentando assim os seus direitos civis e o seu direito à organização.

Diante dos recentes fatos acontecidos contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil, membro da Via Campesina, expressamos que é preocupante estes atentados aos direitos civis e que se pretenda criminalizar os movimentos sociais.

Neste sentido, como Via Campesina Internacional estamos impulsionando uma Declaração dos Direitos Camponeses dentro das Nações Unidas, onde ressaltamos que é urgente que se garantam os direitos das camponesas e camponeses a liberdade de associação e organização, assim como o direito a não serem criminalizados pelas suas demandas e pelas suas lutas legitimas.

Como movimento internacional, olhamos com preocupação este tipo de política de ódio que se consolida com governos de direita no poder; pelo que denunciamos e chamamos as nossas organizações, amigos/as e aliados/as a manter-nos alertas para que estas ações de perseguição, encarceramento e criminalização não se repitam, pois o único que provocam é um grave enfraquecimento da democracia.

Os povos do mundo têm o direito a resistir e a protestar diante das políticas neoliberais que reduzem os nossos direitos e atentam contra a vida. É por isso que como Via Campesina nos somamos às vozes de denúncia e resistência de centenas de organizações, figuras públicas, acadêmicos e artistas de diferentes continentes, a nível mundial, que tem manifestado a sua solidariedade e apoio ao MST e com os povos organizados do Brasil.

O MST não está sozinho!
Globalizemos a luta, globalizemos a esperança!

*Tradução Júlia Gimenez
**Edição Iris Pacheco