Crianças debatem Internacionalismo e alimentação saudável na Zona da Mata Mineira

Os Sem terrinhas caminharam em cortejo para a escola do assentamento, onde participaram de uma formação, debates em núcleos e oficinas

 

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Cortejo dos Sem Terrinha para a escola do assentamento Denis Gonçalves. Foto: Dowglas Silva

Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST 

Fotos: Dowglas Silva

As crianças do MST na Zona da Mata de Minas Gerais se reuniram, na última terça-feira (15), para realizar o Encontro dos Sem Terrinha, que abordou o tema “Por escola, alimentação saudável e internacionalismo; Educação é direito e não mercadoria.” 

O Assentamento Denis Gonçalves recebeu as atividades, das quais participaram aproximadamente 60 crianças e 12 educadores, integrantes do Setor de Educação, do Coletivo de Juventude Lampiões de Minas e alguns amigos do movimento.

As crianças iniciaram o dia com um tradicional café da manhã da roça, com mandioca cozida, pão caseiro feito pelo coletivo de mulheres do Assentamento Olga Benário, suco natural e iogurte feito ali mesmo, a base de leite, frutas e mandioca.

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Foto: Dowglas Silva

O cardápio foi pensado com intencionalidade pedagógica, de acordo com o tema. “Nós discutimos a alimentação com eles, então todo o cardápio do dia foi feito para resgatar os sabores do campo e utilizar a produção sem agrotóxicos das nossas áreas”, explicou Bel Abreu, Coordenadora do Setor de Educação.

Os Sem terrinhas caminharam em cortejo para a escola do assentamento, onde participaram de uma formação, debates em núcleos e oficinas. A mística de abertura trouxe a questão das crianças refugiadas da Síria, utilizando a Revista Sem Terrinha. O conteúdo, tão profundo sério, foi apresentado com leveza, utilizando um conto e as ferramentas pedagógicas do MST.

“O objetivo é trazer para a realidade das nossas crianças o direito a vida, a brincar. Falamos da solidariedade que o MST cultiva com os outros povos. Na história da revista, o menino continua vivo como uma flor. Assim, fizemos um paralelo com o Brasil, que possui muitos conflitos e também situações como a deste menino, em que a infância é interrompida”, aponta Elis Carvalho, da Coordenação Regional do Setor de Educação.

Em seguida, divididos em núcleos, houve uma formação sobre alimentação saudável. Vítor Gonçalves, de 7 anos, deu o exemplo: “eu não tomo refrigerante, gosto muito de suco. Na minha casa a gente toma suco todo dia e não entra refrigerante porque faz mal pra saúde”, comentou.

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Foto: Dowglas Silva

Durante a tarde todos se divertiram com oficinas de contação de histórias e massinha de modelar, boneca abayomi, stêncil, teatro, música e uma grande festa de encerramento. Desta forma, unindo brincadeiras à formação e debates, o encontro se configura como ferramenta de formação crítica de pequenos cidadãos, cientes de seus direitos.

“Quando trabalhamos a infância e damos oportunidade das crianças serem protagonistas, se expressarem e conhecer os problemas da sua realidade estamos cultivando a formação de pessoas que desde já irão intervir como protagonistas de sua história. O Encontro do Sem Terrinha se transforma num marco para a formação das crianças”, avaliou Bel Abreu.