MST avalia decisão da justiça e diz que não pretende deixar área da CEEE em Charqueadas

Segundo a coordenação do acampamento, os trabalhadores devem manter a ocupação e aguardam propostas, nos próximos dias

 

Da Página do MST 

 

Após determinação judicial para reintegração de posse, integrantes do MST estudam os próximos passos da ocupação do Horto Florestal Carola, da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE), situado em Charqueadas, na região Metropolitana de Porto Alegre.

As famílias foram intimadas a deixarem o local, que foi abandonado pela CEEE, em até 10 dias. O documento que trata da decisão da juíza Paula Fernandes Benedet foi entregue aos Sem Terra na tarde desta terça-feira (22).

Segundo a coordenação do acampamento, os trabalhadores devem manter a ocupação e aguardam propostas, nos próximos dias, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do governo do Estado, para criação de novos assentamentos.

“Avaliaremos a situação e decidiremos em coletivo se vamos recorrer à decisão da justiça de Charqueadas. Mas, por enquanto, permaneceremos na área”, diz Ana Leite.

A ocupação ocorreu, pela terceira vez desde 2014, na madrugada de 14 de novembro. O objetivo é pressionar para o cumprimento de termo de compromisso, “de caráter irretratável e irrevogável”, assinado pelo Incra e CEEE a dois anos atrás para transformar a área em assentamento.

Sem avanços no acordo, em 2015, em audiência com a justiça de Charqueadas, o Instituto e a Companhia assumiram o compromisso de cumprir o termo assinado no ano anterior, o que também não aconteceu.

O horto

O local ocupado tem 1080 hectares e era utilizado para a fabricação de postes de madeira – a usina que havia no horto deixou de funcionar em 2013. Desde o primeiro dia da ocupação as famílias começaram a fazer limpeza em volta das moradias e do pomar, que estavam totalmente abandonados, e a preparar a terra para produzir alimentos.