Numa região “castigada” pela estiagem, Sem Terra fortalecem a luta pela Reforma Agrária

Onde a falta de água dificulta o plantio, a criação de animais de pequeno porte tornou-se uma base produtiva. Mesmo assim, os limites são muitos e o acesso é um grande desafio
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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

No Nordeste da Bahia, onde a falta de água dificulta o plantio, a criação de animais de pequeno porte tornou-se uma base produtiva. Mesmo assim, os limites são muitos e o acesso a água, com o Rio São Francisco cortando a região, é um grande desafio encontrado pelos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra.

Diante desta realidade, cerca de 120 pessoas se reuniram no 9º Encontro Regional do MST no Nordeste da Bahia, entre os dias 24 e 26, no Assentamento Antônio Conselheiro II, em Abaré, para avaliarem os avanços da luta e os desafios encontrados no processo de organização social dos assentamentos e acampamentos na região, com o objetivo de apontar caminhos em defesa da Reforma Agrária Popular.

Foram três dias intensos de análise e projeções para o próximo período, tendo estes elementos na centralidade dos debates e impulsionados pela mística, pelos gritos de ordem e pelas canções que embalam a luta pela terra.

De acordo com Valter Rubens, da direção estadual do MST, o encontro foi muito produtivo pois possibilitou realizar um amplo estudo da organicidade do Movimento e, desde já, criar métodos de condução que possam ajudar no fortalecimento das áreas, partindo da coletividade e construção de novos sujeitos políticos.

“Temos muitos desafios pela frente, um deles é desenvolver em nossas bases políticas a necessidade de estar em pleno movimento. Nosso atual cenário político nos desafia a isso. E neste sentido, não podemos perder de vista a organicidade e os princípios organizativos como balizadores de nossa luta”, explicou.

Não se é permitido retroceder

O MST no nordeste da Bahia possuí 20 acampamentos e 14 assentamentos, divididos em três brigadas. Para Flávia Vieira, também da direção estadual, outro grande desafio está no campo da organização produtiva e do acesso as políticas de convivência com o semiárido a partir destas áreas.

“Estamos nos organizando também para garantir o acesso das famílias assentadas aos programas de irrigação do Governo, para avançarmos na produção e viabilizar novas alternativas para cada trabalhador e trabalhadora”.

“É muito contraditório termos o Rio São Francisco cortando a região e após o processo de transposição seus afluentes não atendem os agricultores camponeses espalhados em diversas comunidade. Não podemos retroceder e devemos continuar em luta, organizando nossa base, nossa produção e construindo a Reforma Agrária Popular”, destacou Vieira.

 

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Encontros na Bahia

O Encontro Regional do Nordeste da Bahia se soma a mais nove atividades de avaliação e planejamento que estão acontecendo nas regiões do estado neste final de ano, todas elas em preparação ao 29º Encontro Estadual do MST na Bahia, que acontecerá em Janeiro.