Circuito de Feira da Reforma Agrária comercializa mais de 12 toneladas de alimentos no DF

Além de artesanato, culinária da terra, cineclube, seminários, teatro e muita música, a Feira contou com a participação de mais de vinte assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária DF

 

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200 feirantes participaram do evento. Durante três dias comercializaram diversos produtos da Reforma Agrária. Foto: Mídia Ninja 

Por Roberta Quintino
Da Página do MST

Mais de 12 toneladas de alimentos e mais de 100 variedades de produtos foram comercializados durante os três dias do 1º Circuito de Feiras e Mostras Culturais da Reforma Agrária do Distrito Federal e Entorno.

Além de artesanato, culinária da terra, cineclube, seminários, teatro e muita música popular, a Feira, que ocorreu entre os dias 09 a 11 de dezembro, contou com a participação de mais de vinte assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária do Distrito Federal e Entorno, com um total de 200 feirantes.

Quem compareceu ao evento pode visitar as mais de 50 barracas e comprar licores, mandioca, farinha, abóbora, doces, sucos, arroz, compotas, pimentas, produtos derivados do leite, entre outras delícias.

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Quem passou pela Feira teve várias opções de produtos. Foto: Mídia Ninja

Para Marco Antônio Baratto, da direção nacional do MST, o 1º Circuito de Feiras foi uma oportunidade para compartilhar com a comunidade de Planaltina alguns elementos importantes que dialogam com a Reforma Agrária Popular.

“Nesses três dias de atividades podemos observar a junção de alguns elementos centrais para o avanço no diálogo entre campo e cidade, ao estabelecer um elo entre a cultura popular, a viola caipira, a música da periferia, os espaços de formação política, os debates sobre alimentação saudável, agrotóxico e a comunicação popular. Além de integrar esses elementos à comercialização da feira, há uma troca de saberes e experiências do que se produz no campo com as populações da cidade”, destaca Baratto.

O dirigente ressalta ainda que a partir da realização da Feira é possível mostrar à sociedade o que o MST, a Reforma Agrária e os assentados produzem que é possível uma nova forma de organização do trabalho, da produção e da cultura.

“A nossa produção vai de encontro ao que acreditamos e defendemos. Ela se desenvolve a partir de outro modelo, que nega a lógica hegemônica que é imposta para nós, tanto do ponto de vista da alimentação, quanto do controle e padronização da indústria cultural gerada com o capitalismo”, diz.

Já o assentado Jair, 51 anos, do assentamento Dom Tomaz Balduíno, em Formosa-Goiás, vê a Feira como uma oportunidade de comercialização e divulgação da agricultura da Reforma Agrária. “Vendi muitos doces que foram produzidos no assentamento. A comunidade esteve presente e pode conhecer toda nossa variedade de produtos. Que venham outras feiras!”.

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Atividade com a Ciranda Infantil da Feira. Foto: Mídia Ninja

O processo de renovação da luta pela Reforma Agrária e o direito à terra é uma constante no MST. Conhecidas como &”39;sem-terrinha&”39;, as crianças do MST desde cedo aprendem a importância da solidariedade e do cooperativismo para seguirem avançando coletivamente.

Na Feira da Reforma Agrária em Planaltina elas deram a graça da sua presença. Meninas e meninos deixaram o seu recado contra o uso indiscriminado de agrotóxicos, sobre a importância da agricultura familiar para a mesa dos brasileiros e brasileiras e mostraram, mais uma vez, que a esperança continua sendo a tônica do movimento.

Cultura popular no Circuito

Além da comercialização de produtos oriundos de assentamentos o espaço também se configurou como Mostra Cultural da Reforma Agrária, cuja proposta integrou cultura popular, viola caipira, hip hop e cine debates.

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Martinha do Coco contagia o público no último dia de atividades.
 Foto: Mídia Ninja

Impossível ficar parado com uma programação tão diversa. Nos três dias de evento passou pelo palco central muita música sertaneja, o som gostoso da roça, como grande homenageada por Idelbrando e Barcellus, Chico Nogueira, Zé Pinto e Zé Mulato e Cassiano.

Na segunda noite, a integração campo e cidade com a cultura hip hop, embalou a noite de sábado com o som da luta e resistência de Ant&”39;Cistema, Markão Aborígene, Crônica Mendes e Thabata Lorena.

E para fechar, a última noite do Circuito foi uma união manifestada em dança, canto e versos. Ritmos regionais, música caipira e gêneros populares embalados por Martinha Do Coco e sua apresentação contagiante. Teve também Samba de roda e Pilado de Barbatão. E a música popular, apresentada pelo mineiro Pereira da Viola, deixou a Feira ainda mais bonita. A riqueza de sua viola caipira e poesia fizeram deste espaço, um resgate da cultura popular brasileira.

Confira mais momentos do evento

 
Dentro do circuito, serão realizadas outras três feiras, em 2017, na região do Distrito e Federal e entorno, o objetivo é aprofundar o diálogo com a sociedade e potencializar os elementos da alimentação saudável livre de veneno, da cultura popular e da arte, mostrando outra perspectiva de produção de alimentos, da política, no qual a reforma agrária possui papel central para a construção de outra sociedade.
 

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Ciranda da Reforma Agrária com Pereira da Viola. Foto: Mídia Ninja