Sem Terra realizam marcha em Santa Catarina

O objetivo da caminhada foi foi chamar a atenção da população local para a defesa da Reforma Agrária na região e para os direitos dos trabalhadores

 

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Por Fabio Reis 
Da Página do MST

Cera de 700 Sem Terra moradores do acampamento Marcelino Chiarello, localizado entre Xanxerê e Faxinal dos Guedes, Santa Catarina, participaram de uma marcha na manhã desta quarta-feira (21).

O objetivo da caminhada foi foi chamar a atenção da população local para a defesa da Reforma Agrária na região e para os direitos dos trabalhadores.

Durante a caminhada os manifestantes fizeram uma parada em frente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para debater a PEC 55 e suas consequências. Em seguida a caminhada seguiu para a praça central da cidade. Lá, os Sem Terra doaram diversos alimentos, todos produzidos no acampamento, para duas entidades do município ligadas à igreja católica.

Vilson Santin da direção nacional do MST/SC, explicou que a atividade contou com o apoio de diversas entidades, sindicatos, vereadores e deputados locais.

 

“A marcha serviu como reforço na continuidade da nossa luta, que será árdua no próximo ano. Nós lutadores não podemos desanimar jamais, pelo contrário, esse é momento de reafirmarmos as nossas bandeiras para mantermos o que já conquistamos e ampliar os nossas direitos sociais”, disse Santin.

Já para o padre Lotário Thiel da Paroquia São Miguel Arcanjo de São Miguel do Oeste, a mobilização de todos os trabalhadores, agora privados de seus direitos, precisa aumentar cada vez mais. 

“Democracia significa poder para o povo. Esse poder escapou das nossas mãos, precisamos retomá-lo. Isso só será possível com o povo organizado e mobilizado nas ruas, lutando por seus direitos”, completou.

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Histórico 

A fazenda Chapecozinho II – de 13.450 hectares -, foi desapropriada em julho de 1982 para fins de Reforma Agrária. Na ocasião, o local não foi destinado as famílias Sem Terra que ali viviam e, sim, foi  parar misteriosamente nas mãos de algumas famílias ricas da região que expulsaram as pessoas que ali viviam.

As famílias que se tornaram detentoras dos títulos não efetuaram o pagamento, por isso, uma parte da área ligada a Sementeira Prezzotto, é hoje considerada área da União.

Em maio deste ano, o  Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) solicitou o cancelamento desses títulos junto ao cartório de registro de imóveis de Xanxerê.

Ainda segundo Santin: “a área federal, são terras públicas e a empresa detentora já obteve muito lucro. Já é hora de dar uma função social à área. Neste local, queremos assentar mais de 100 famílias que movimentarão a cidade e que produzirão alimentos saudáveis, garantindo a geração de trabalho e renda para centenas de pessoas”.