Juventude Sem Terra aponta desafios para o próximo período de luta
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Na última quinta-feira (12), no 29º Encontro Estadual do MST na Bahia, a Juventude Sem Terra realizou um amplo processo de mobilização para 2º Assembleia Estadual do Movimento.
Com a animação da “Banda Um de Cada Canto”, os jovens cantavam e dançavam percorrendo toda a plenária, contagiando não só a juventude, mas todos os participantes do Encontro Estadual.
A assembleia teve como objetivo principal analisar a conjuntura diante do atual momento político de golpe e retirada de direitos da classe trabalhadora.
Cerca de 100 jovens participaram do espaço e questionaram também as contradições do capital e suas influências diretas no genocídio da população negra e no êxodo da juventude rural.
Desafios da Juventude
Pensando nisso, Márcio Matos, militante Sem Terra, reafirmou a tarefa da ocupação, resistência, política e prática dos princípios organizativos do MST.
Para ele: ser Sem Terra é ser rebelde por natureza e não ficar inerte diante da situação que o país encontra-se. “Estamos prontos para causar desordem na estrutura política e social do país”, disse.
“No entanto, ainda estamos dispersos e precisamos nos organizar enquanto jovens lutadores, para isso, é necessário construir nesse primeiro semestre, o 4º Acampamento Baiano da Juventude, que tem como objetivo principal unificar o urbana e rural”.
Segundo Matos, o acampamento dará uma resposta ao cenário atual e vai construir unidade entre outros movimentos.
Por outro lado, Karla Oliveira, do coletivo estadual de juventude, destacou a formação como um instrumento de luta. “Todos os espaços precisam ser vistos como uma ‘sala de aula’. No entanto, a permanência da juventude no campo ainda é uma barreira a ser superada e, para isso, não existe uma receita pronta”.
“Para permanecer em nossos assentamentos e acampamentos basta querer, e a partir daí, de forma coletiva, encontraremos saídas para que a permanência seja efetivada”, salientou.
Juventude no comando
Compreendendo que a juventude Sem Terra precisa assumir o comando das lutas e das questões orgânicas, Elizabeth Rocha, da direção nacional do Movimento, trouxe o debate da participação efetiva nos quadros políticos. “A juventude precisa se empoderar dos debates e se desafiar a assumir as responsabilidades organizativas, construindo o seu próprio espaço, porém sem fugir das linhas que rege o nosso movimento”.
“Neste ano, o MST completa 30 anos na Bahia e a juventude precisa estar a frente para seguir lutando, colocando-os como protagonistas e não apenas como participantes da construção de sua própria identidade”, concluiu Rocha.