Sem Terra reocupam latifúndio em Jucuruçu no extremo sul baiano

O último despejo ocorreu no dia 15 de fevereiro. Os barracos e plantações foram destruídas por um trator, sem contar as inúmeras ameaças realizadas por pistoleiros as famílias acampadas

 

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Nas primeiras horas da terça-feira (21), a fazenda Caledônia, de Alvaro Pereira Filho, mais conhecido como Alvino Para Todos, foi reocupada por 50 famílias Sem Terra, com o objetivo de denunciar a improdutividade da área e as diversas irregularidades.

Há mais de dois anos o MST vem ocupando e reivindicando a desapropriação da fazenda para fins de Reforma Agrária, e em contrapartida, seis liminares de despejo foram emitidas pelo poder judiciário local, sem levar em consideração as denúncias realizadas pelos trabalhadores.

O último despejo ocorreu no dia 15 de fevereiro. Os barracos e plantações foram destruídas por um trator, sem contar as inúmeras ameaças realizadas por pistoleiros as famílias acampadas.

Reocupar e resistir

Para direção do MST na região, a reocupação é símbolo de resistência e luta contínua contra os grandes latifundiários que desenvolvem um modelo de produção insustentável e desumano, ao atentar, inclusive, contra os Direitos Humanos.

Além disso, as inúmeras práticas de abuso de poder e concentração de riqueza na região são marcos da expansão da monocultura, que paralelo a isso, coloca milhares de trabalhadores abaixo da linha da pobreza.

A direção destaca ainda que é inadmissível os trabalhadores serem tratados com tanta negligencia e exige um posicionamento do governo do Estado frente a essa situação.

Um novo acampamento

Na reocupação, a lona preta foi estendida sobre o latifúndio, demarcando a construção de novos barracos e o início de um novo plantio.

Ao homenagear Bruna Araújo, dando seu nome ao acampamento, os Sem Terra apontaram que o modelo de produção do agronegócio não garante a alimentação na mesa dos trabalhadores e é responsável pelo aumento do êxodo rural e nos índices de desigualdades sociais.

As famílias afirmam que só sairão da área com um decreto de desapropriação.