Movimentos sociais participam da Cúpula do ALBA e dão apoio à Venezuela
Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST
Os Movimentos Sociais da Alba-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos) se reuniram durante o último domingo (5), na cidade de Caracas, Venezuela, durante a XIV Cúpula da organização.
Além de debater o cenário político regional e os desafios para as organizações populares, os movimentos da Alba aproveitaram o encontro para expressar seu apoio à Revolução Bolivariana, ao povo da Venezuela e ao seu presidente, Nicolás Maduro, por sua enorme contribuição à luta pela unidade dos povos contra o capitalismo.
Durante a reunião, o coordenador dos Movimentos Sociais da Alba e dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, João Pedro Stedile, destacou a história de unidade e articulação dos movimentos populares da América Latina, que hoje transcende as fronteiras do continente. Por isso, também foram saudados no encontro participantes da Tunísia, Zâmbia e Estados Unidos.
O dirigente do MST aproveitou a ocasião para agradecer aos chefes de estado e governo latino-americanos que estavam presentes, pela solidariedade ao povo brasileiro, frente ao golpe de estado ocorrido em 2016. “Como brasileiro, não poderia perder a oportunidade de agradecer a vocês, como governos, a solidariedade que nos deram depois do golpe de estado que sofremos. Quero dizer que o povo brasileiro reconhece esta solidariedade. E lhes digo: o governo do Temer não só é um governo ilegítimo, mas é um governo podre, que não representa ninguém. E nós vamos derrubá-lo antes do que eles pensavam. E vamos voltar a utilizar a democracia para eleger o companheiro Lula de novo presidente do Brasil. É só uma questão de tempo”, atestou.
Stedile anunciou também que está sendo preparado um encontro dos movimentos sociais dos cinco continentes, que deve ser realizado entre os meses de outubro e novembro de 2017, na capital venezuelana. “Dando frutos às ideias de Fidel, Che e Chávez, estamos ampliando esse processo e gostaria de comunicar que nos próximos dias faremos uma reunião com movimentos populares de todos os continentes para preparar em outubro ou novembro uma grande conferência de movimentos populares, que seria uma grande Alba mundial”.
Assista o vídeo da intervenção de João Pedro Stedile durante a XIV Cúpula da Alba, em Caracas, Venezuela, no dia 5 de março de 2017:
O encontro culminou com a leitura de um comunicado unitário dos Movimentos Sociais da Alba. Leia aqui o comunicado na íntegra:
“Organizações populares dos cinco continentes do mundo se fazem presentes em terras bolivarianas para prestar homenagem ao nosso comandante eterno Hugo Chávez Frías, que junto ao povo venezuelano, abriu uma nova era para os povos que sonham e lutam por um mundo justo e digno, para todos e todas.
São tempos de crises, transições, incerteza explícita e de sustentabilidade do capitalista mundial. Quando em alguns países centrais surgem mensagens xenofóbicas e se pretende colocar a culpa nos povos, que bancaram ao longo de sua história as formas de vida exorbitantes e desmedidas das minorias que se pensam donas do planeta terra.
Estamos frente a um grande perigo, pois longe de refletir criticamente sobre as lógicas irracionais de consumo e exploração dos nossos bens naturais, estes setores avançam sobre nossos territórios, buscando aumentar sua acumulação, às custas da exploração dos nossos povos e a apropriação privada dos bens da nossa natureza, entre eles o petróleo.
Na Nossa América, há cerca de 20 anos, sofremos uma contraofensiva neoliberal que ameaça as conquistas que tivemos como povos na nossa história recente. Milhares de demissões, privatizações, transferências milionárias de capitais aos setores concentradores do poder econômico são algumas das receitas que tentam novamente aplicar, com o objetivo de aumentar as taxas de lucro do capital transnacional.
Apesar disso, nossos povos acumularam forças nesses anos, aprenderam das importantes vitórias alcançadas, como a derrota do Alca, o fortalecimento das nossas articulações nacionais e continentais. É assim que a resistência às políticas neoliberais cresceram com muito mais força do que nas décadas anteriores. Somado a isso, temos que ser conscientes que o sistema de acumulação capitalista não pode se transformar em um modelo que gere possibilidades de vida digna para as grandes maiorias da população. O modelo neoliberal volta a mostrar novamente sua verdadeira cara de exclusão, fome e pobreza.
Por tudo isso, é tão importante o legado que nos deixou o nosso comandante Hugo Chávez Frías é fundamental para a luta dos povos do mundo o avanço e a consolidação da Revolução Bolivariana comandada pelo presidente Nicolás Maduro. Porque nesses tempos de crise, a Venezuela se levanta como um farol que ilumina as possibilidades de emancipação da humanidade.
Hoje e sempre, prestaremos homenagem a nosso comandante eterno porque foi ele que voltou a nos mostrar o caminho. Também prestamos homenagem ao povo venezuelano, um exemplo de moral, porque frente a partida física do comandante, compartilharam sua dignidade e seu compromisso com todos os povos do mundo.
Prestamos homenagem à história de luta dos nossos povos, porque Chávez nos lembrou que o nosso presente de luta e o nosso almejado futuro de liberdade são possíveis graças a nossa história como povo.
Também prestaremos homenagem a Nicolás Maduro, que vem conduzindo com coragem a Revolução Bolivariana e fortalecendo a chama socialista, não só para a Venezuela, como para todo o mundo.
Viva Hugo Chávez! Viva o povo venezuelano! Viva Fidel! A luta continua!”
*Editado por Rafael Soriano
**Com informações da Venezolana de Televisión – VTV e da TeleSUR.