Crianças prestam solidariedade à Fabiana Braga
Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST
Para a polícia do Paraná, o crime de Fabiana Braga, 22 anos, militante do MST e moradora do Acampamento Dom Tomás Balduíno, no oeste do estado, foi haver exercido o seu legítimo direito à expressão durante uma manifestação de mulheres camponesas contra a empresa Araupel, no dia 8 de março de 2016. Desde novembro a companheira está presa.
Na última terça-feira, alunos da Escola Vagner Lopes, localizada no Acampamento Dom Tomás Balduíno, se organizaram para prestar solidariedade a Fabiana. Nos cartazes, palavras de força e pedidos de liberdade. “As próprias crianças sentem a necessidade de prestar solidariedade à Fabiana. Elas veem os jornais, as notícias, se comovem com a situação da companheira e por isso decidiram fazer essa campanha, confeccionando cartazes, frases de apoio e solidariedade a ela”, explica Jaqueline, educadora do Acampamento Tomas Balduíno.
Depois da prisão de Fabiana e outros seis companheiros durante a chamada Operação Castra, outras ilegalidades foram cometidas com o intuito de criminalizar a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras. A mesma operação justificou a invasão ilegal à Escola Nacional Florestán Fernandes, em Guararema, interior de São Paulo, condenada nacional e internacionalmente.
Para Simone Mendes, integrante do Coletivo de Mulheres do MST do Paraná, a prisão de Fabiana revela o objetivo central da Operação Castra: criminalizar a luta social.
“Lutar por direitos não é crime, ser Sem Terra não é crime e ser mulher que luta por seus direitos também não é crime. A Fabiana cumpre um importante papel dentro da comunidade, ajudando na organização das mulheres. Ela nunca comungou de nenhum tipo de opressão contra as mulheres e contra a classe trabalhadora e é uma companheira que nunca cometeu crime algum”, afirmou.
Editado por Iris Pacheco