Assentados do MST conquistam mais de 100 projetos no Ceará
Por Sheila Rodrigues e Marcelo Matos
Da Página do MST
Os agricultores comemoram as chuvas que há pelo menos cinco anos não caem com regularidade no solo cearense. A esperança volta a brotar com o verde da caatinga que se renova. É hora de semear a terra, voltar a produzir e seguir adiante a missão do camponês, colocar alimento na mesa da população brasileira.
No mês mais esperado das chuvas, em que se comemora a data do padroeiro do estado, São José, o Governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, do Partido dos Trabalhadores (PT), fez o lançamento e assinatura de projetos que levam o nome do santo, considerado por muitos, o santo das chuvas no nordeste.
O Projeto São José é financiado pelo Banco Mundial e coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA). Ao todo, serão beneficiadas cerca de 10 mil famílias camponesas de assentamentos ligados ao MST e a Federação dos Trabalhadores Rurais de Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (FETRAECE) além de famílias de atingidos por Barragens, Indígenas, Quilombolas, pescadores, e demais comunidades rurais.
Nos assentamentos coordenados pelo MST, serão implantados 102 projetos organizados em nove cadeias produtivas. Na região central do sertão concentram-se as cadeias do leite e mel com 30 projetos. Em Inhamuns concentra-se a cadeia de caprinos e mel com 41 projetos. No litoral, a cadeia do coco com cinco projetos e de mandioca com oito projetos. Já na região Metropolitana e litoral leste, a cadeia produtiva é de caju com 15 projetos ações e no Centro-Sul e Cariri, cadeia do arroz com dois projetos e a cadeia do leite com um projeto.
Para Manoel Missias, dirigente do MST e coordenador do setor de produção no Ceará, o momento de fortalecer o processo produtivo e de organização da produção, ele afirma que: “as cadeias produtivas e o beneficiamento através das agroindústrias vão garantir qualidade e padronização dos produtos, além de fortalecer a marca da reforma agrária no Ceará terra conquistada”.
Missias diz ainda que o objetivo é evitar o atravessador criando maior autonomia das famílias assentadas “ assim garantimos um preço melhor e disponibilizamos para a sociedade produtos com preços acessíveis e de qualidade que serão ofertados desde as feiras aos supermercados locais e regionais.
Além dos projetos produtivos, serão implementadas 09 agroindústrias de beneficiamentos. Para acessar os investimentos os agricultores (as) assentados criaram 07 cooperativas regionais que atuarão na organização agroindustrialização e comercialização da produção.