Em Formosa-GO, ato político reafirma compromissos com a agricultura camponesa

Por Isabela Indaiá
Da Página do MST

Um ato político deu o pontapé inicial do I Circuito de Feiras e Mostras Culturais da Reforma Agrária do Distrito Federal e Entorno, em Formosa-GO, e contou com a presença de autoridades da cidade e representantes de movimentos culturais e do MST.

O deputado distrital Chico Vigilante (PT), presente na mesa, pontuou a importância de mostrar para a população quem são os Sem Terra, povo que “já alfabetizou mais de 1 milhão de brasileiros”. E continuou, “o Distrito Federal e o Entorno não são só feitos de servidores públicos e latifundiários. Os Sem Terra também estão presentes e querem um espaço para trabalhar”.

Aos gritos de “Fora, Temer” e “Reforma Agrária, já!” a mesa prosseguiu com o vereador Miro Bikes (PSL) dizendo que, se depender do empenho dele, a Câmara está aberta para o povo Sem Terra e para o avanço da Reforma Agrária. O vereador Nema (PCdoB) se mostrou bastante confortável falando com o povo do campo e resgatou seu histórico na luta com o MST, desde as ocupações com lona preta.

“Construímos muitos assentamentos aqui em Formosa. Através dessa Feira queremos dar continuidade a outras atividades do Movimento na cidade, mostrando que os assentados realmente produzem”, continuou.

Para Marco Baratto, dirigente nacional do MST do Distrito Federal e Entorno, “esse ato político demarca a necessidade urgente da Reforma Agrária no Brasil e fortalece os assentamentos e acampamentos, reafirmando os compromissos de muitos segmentos da sociedade com o Movimento a partir das parcerias com outros movimentos organizados e partidos”.

“Pretendemos reafirmar o compromisso com a produção saudável, sem venenos, e com a cultura camponesa popular, que aproxima o sentimento de identidade dos trabalhadores e trabalhadoras com a terra. É essencial, também, lembrar que a Feira serve como espaço de formação política dos trabalhadores e trabalhadoras presentes e como meio de popularizar os temas abordados pelo Movimento”, alega Baratto.

Augusto Targino, dirigente estadual do Distrito Federal e Entorno, e assentado em Formosa, representou o Movimento e, ao som dos aplausos dos trabalhadores e trabalhadoras presentes, afirmou que “a Reforma Agrária é viável e isso fica claro quando colocamos a Feira aqui para a sociedade ver. E, além disso, é importante que vejam que o projeto de Reforma Agrária que queremos é o popular, cultural e com produção de alimentos sem veneno”.

Novamente aos gritos de “Fora, Temer”, Augusto disse que pessoas morreram para ganhar os direitos que agora estão sendo destruídos. “Esse desmanche vai afetar diretamente os trabalhadores do campo e só mudamos isso através da luta e da educação”, disse.

Para Bárbara Loureiro, também da direção estadual, “Formosa é uma cidade histórica latifundiária e conservadora. Aqui estão muitas empresas grandes, como a Syngenta e a Bayer, além de ser rota para o agronegócio. Por isso, é importante a presença dessa Feira e trazer o Entorno e o DF para mobilizar a população local pois, afinal, a cidade também é um expoente da agricultura camponesa”.

Também estavam presentes na mesa o vereador e Presidente da Câmara dos Vereadores, Luziano Martins (PCdoB); Prof. Mirim (PT) ex-candidato a Prefeito da cidade; Volmir Batista do Clube do Violeiro e o prefeito de Formosa, Ernesto Roller (PMDB).

*Editado por Rafael Soriano