Em Maceió, organizações do campo convocam vigília em frente ao Tribunal de Justiça

“Vivemos na contradição de um país que, mesmo com muita terra improdutiva, mata trabalhador no campo e não realiza a Reforma Agrária”

 

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

Dando sequência as atividades da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária em Alagoas, os movimentos sociais de luta pela terra convocam para a noite de hoje (17) uma vigília na porta do prédio do Tribunal de Justiça de Alagoas. A vigília está marcada para às 19 horas e deve reunir diversas representações de movimentos populares, partidos e religiosos.

A vigília trará a memória dos 21 Sem Terra brutalmente assassinados no massacre de Eldorado dos Carajás, no estado do Pará, além de lembrar dos casos de violência e impunidade no campo que marcam a história da luta pela terra em Alagoas.

“Somente aqui no estado temos cerca de 12 casos de trabalhadores rurais assassinados e que seus casos seguem na impunidade até os dias de hoje. Cada luta, cada marcha e cada ocupação de terra que fazemos é em memória a cada um e cada uma que tombou pelas mãos do latifúndio na luta por um pedaço de terra para viver com dignidade”, destacou Carlos Lima, da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

“Vivemos na contradição de um país que, mesmo com muita terra improdutiva, mata trabalhador no campo e não realiza a Reforma Agrária”, disse Lima.

Jornada de Lutas

Em Maceió desde o último domingo, cerca de três mil Sem Terra organizados na Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), Terra Livre e Movimento Via do Trabalho (MVT), acampam na Praça Sinimbu, no Centro de Maceió e seguem agenda de mobilização na capital.

Durante a tarde de hoje os trabalhadores e trabalhadoras realizaram uma marcha pelo Centro da Cidade, onde, em passagem pelo Palácio do Governo do Estado, pautaram uma reunião com o governador Renan Filho (PMDB), para negociação de demandas já antigas dos movimentos ao estado.

Somando-se as lutas nacionais, os movimentos denunciam o desmonte da Política Nacional de Reforma Agrária realizada pelo Governo Federal, por meio da Medida Provisória 759, de Michel Temer (PMDB) que propõe a privatização dos assentamentos e o fim da Reforma Agrária.