Feira da Reforma Agrária “Mamede Gomes” é realizada em Belém

Atividade integra as ações da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária.

WhatsApp Image 2017-04-16 at 19.06.06.jpeg

 

Por Viviane Brigida
Da Página do MST

Fotos: Carlinho Luz

 

“Uma semente foi lançada. A cada ano avançamos na organização do movimento, mais famílias estão se organizando e produzindo de forma orgânica e agroecológica. Para mim é uma felicidade!” Essas foram as palavras de Dona Téo Nunes, companheira e viúva de Mamede Gomes, durante a realização da III Feira da Reforma Agrária “Mamede Gomes” no domingo (16), em Belém do Pará.

Os camponeses e camponesas que participam da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária puderam durante todo o dia comercializar a produção de seus assentamentos, resultado da luta contra o latifúndio e o agronegócio no campo.

Para Dona Téo, trata-se de um combate diário, enfrentado pelos camponeses e camponesas em seus assentamentos e acampamentos com formação e luta. “Cada vez surgem mais lotes agroecológicos trabalhando em rede, mais famílias produzindo com o coração! Mamede, como militante, pagou com a vida, mas seu sonho continua”, afirmou.

Mamede Gomes era camponês assentado no Assentamento Mártires de Abril, em Mosqueiro, há 73 km de Belém. Junto com sua companheira, decidiu produzir agroecologicamente, dando origem ao Lote Agroecológico de Produção Orgânica (LAPO), hoje, uma referência para o MST. Mamede foi assassinado em seu lote no 22 de dezembro de 2012, configurando mais um caso de violência no campo.

 

carlinhos2.jpeg

Sua memória também esteve representada na alegria do jovem Renato Leal de 25 anos, do assentamento Abril Vermelho, que participou da feira pela primeira vez. “Foi muito bom, vendi muita macaxeira, farinha, tucupi. É importante para o escoamento da produção. A população da cidade pede pra trazer alimento de qualidade e isso gera um retorno para o assentamento! Além do mais, a gente pode interagir com o público”, disse. Para o jovem trabalhador, a feira contribui para dar visibilidade à realidade do povo camponês, além de servir para reivindicar direitos sociais e conscientizar as populações urbanas sobre a necessidade da Reforma Agrária e da produção de alimentos saudáveis.

A Jornada de Nacional de Lutas pela Reforma Agrária acontece durante o mês de abril em todo país, em memória das vítimas do Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido no dia 17 de Abril de 1996, e que deixou 21 mortos e 67 feridos. 

 

*Editado por Leonardo Fernandes