Em audiência, MST cobra comprometimento do governo do RS com a Reforma Agrária

Chefe da Casa Civil, Biolchi se comprometeu a dar encaminhamentos para solucionar os problemas junto a órgãos estaduais e a acompanhar todo o processo para acelerar o destravamento da pauta.

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Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

 

Após ocupação do pátio da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) na manhã desta terça-feira (18), no Rio Grande do Sul, uma comitiva de dez integrantes do MST participou no início da tarde de uma audiência com representantes do governo do gaúcho. A agenda foi articulada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto.

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Audiência com a Casa Civil.

Durante a audiência, os Sem Terra apresentaram ao chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, e ao secretário adjunto da SDR, Iberê de Mesquita Osri, a sua pauta de reivindicações. O MST cobra do governo do estado mais agilidade no processo de desapropriação de áreas que já estão em negociação para fins de Reforma Agrária, entre elas a da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE), que está ocupada desde novembro do ano passado pelo Movimento em Charqueadas.

Atualmente, há mais de 2 mil famílias acampadas no território gaúcho e o MST exige o assentamento de, pelo menos, 1 mil famílias ainda este ano. Para tratar deste ponto específico, haverá uma nova audiência, entre os dias de hoje e amanhã, com a SDR e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Incra (Incra).

O MST também reivindica a liberação de recursos para a efetivação do Plano Camponês, uma iniciativa que prevê, entre outras medidas, infraestrutura para a produção de alimentos saudáveis nos assentamentos. Além disto, exige a priorização da educação no campo, por meio do não fechamento e da construção de escolas.

Durante a reunião, também foi tratada da necessidade urgente de fazer recuperação de estradas para o escoamento da produção e para a circulação do transporte escolar, além de garantir às famílias o acesso à água em assentamentos.

Segundo os Sem Terra, o governo estadual deve ter o comprometimento de ajudar a resolver os problemas apresentados, uma vez que também é de sua responsabilidade a Reforma Agrária e a pauta da mobilização já vem sendo debatida com representantes do Estado há bastante tempo. “Entendemos que a tarefa da Reforma Agrária, em sua totalidade, é da união, do estado e dos municípios. E o governo do estado se ausentou completamente”, diz Ildo Pereira, da direção do MST.

Neste sentido, Biolchi se comprometeu a dar encaminhamentos para solucionar os problemas junto a órgãos estaduais e a acompanhar todo o processo para acelerar o destravamento da pauta.

 

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Desocupação

A ocupação do pátio da SDR ocorreu por volta das 9 horas de hoje. Cerca de 300 Sem Terra participam da mobilização. Após avaliação coletiva da audiência, eles vão deixar o local ainda hoje. Enquanto isto, o MST continua com as ocupações nos pátios do Incra e do Ministério da Fazenda, também em Porto Alegre, e aguardando as negociações em Brasília.

 

 

*Editado por Rafael Soriano