Para pressionar o governo federal, MST ocupa sede do Incra em Brasília
Por Lizely Borges
Da Página do MST
Como meio de pressionar os órgãos do governo federal responsáveis pelas políticas públicas voltadas para a população do campo, nesta manhã (18) cerca de 800 integrantes do MST do Distrito Federal, Minas Gerais e Goiás ocuparam a sede nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Brasília-DF. A atividade compõe o quadro de mobilizações da Jornada Nacional pela Reforma Agrária.
A ocupação inicialmente transcorreu sem problemas. No entanto, com a chegada de um efetivo da Polícia Militar do Distrito Federal, as pessoas que aguardavam na entrada do órgão público o retorno do gabinete do presidente do Incra sobre a reunião reivindicada pelo Movimento foram, sem apresentar resistência à presença dos agentes de segurança pública, atingidas por spray de pimenta. Mulheres, homens, idosos e crianças foram atingidas. Após negociação preliminar feita pelo Movimento, as pessoas permanecem no local.
Agenda de reivindicação
No início desta tarde, foi confirmada a realização de reunião com representantes da Casa Civil, instância responsável pela administração das cinco pastas ligadas à Reforma Agrária e o Incra desde a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em maio de 2016. Além de representantes do Incra, devem participar também representantes da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e Ministério da Integração Nacional.
A ocupação da sede do Incra, autarquia federal responsável pela distribuição de terras e regularização fundiária no país, possui diálogo com o conjunto de mobilizações realizadas pelo MST em todo Brasil em defesa da Reforma Agrária Popular e estruturação das políticas públicas para o campo. A pauta de reivindicação inclui também a paralisação integral das reformas trabalhistas e previdenciária em curso no Congresso Nacional e outras medidas em tramitação no legislativo, como o Projeto de Lei 4059/12 que permite a venda de terras, sem restrições, à estrangeiros.
“É importante ocupar este espaço porque ter diálogo apenas não basta. Queremos a pauta, a efetivação dos assentamentos das famílias que hoje vivem nos acampamentos, com a estrutura necessária como escola, postos de saúde, lazer, a vida digna no acampamento”, declara a integrante da coordenação nacional do MST, Lucimar Nascimento.
“Só vamos desocupar o Incra após reunião com representantes da Casa Civil, Incra e Secretaria do Desenvolvimento Agrário. Essa ocupação dialoga com todas as outras ações pela Jornada Nacional pela Reforma Agrária pelo Brasil. Nenhum passo atrás”, declarou também o membro da coordenação nacional, Marco Baratto.
*Editado por Rafael Soriano