Educadores debatem a educação do campo na formação das famílias Sem Terra

4º Encontro de Educadores e Educadoras da brigada Ernesto Che Guevara foi realizado no Assentamento Margarida Alves, no Extremo Sul baiano, entre os dias 26 e 27 de maio.

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

 

Entre os dias 26 e 27 de maio, o MST realizou o 4º Encontro de Educadores e Educadoras da brigada Ernesto Che Guevara, no Assentamento Margarida Alves, em Itabela, Extremo Sul baiano, com o objetivo de debater a educação do campo na formação política e agroecológica das famílias assentadas e acampadas.

O encontro contou com a participação de 65 pessoas, em sua maioria educadores que atuaram no projeto de erradicação do analfabetismo “Sim, Eu Poso”. Foi apontado, de maneira dinâmica, a construção de um planejamento curricular para se trabalhar o tema dos 30 anos que o MST comemora na Bahia no dia 7 de setembro.

Para isso, algumas palestras e rodas de conversas nortearam o espaço, com base na formação pedagógica e com foco na educação do campo.

De acordo com Eliane Kai, do coletivo regional de educação, o espaço foi importante porque abordou com responsabilidade a tarefa de construir coletivamente a luta do movimento e, para isso, é necessário incorporar as dimensões táticas e estratégicas da organização.

“Nossas escolas estão inseridas em assentamentos e acampamentos. É fundamental que avancemos numa reflexão sistematizada dos conteúdos e práticas, que ajudem a consolidar a elaboração de uma nova matriz tecnológica para o campo”, explicou.

Para Kai, a formação dos nossos Sem Terrinha, da juventude e da terceira idade, fazem parte do projeto pedagógico das escolas do campo e precisa ser encarada como um desafio.

“Sim, Eu Posso”

 

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Durante o encontro, também foi apresentado um balanço do projeto de erradicação do analfabetismo nas áreas de assentamentos e acampamento, através do método cubano “Sim, eu posso”.

Nesse sentido, ocorreu uma apresentação do Círculo de Cultura como um dos mecanismos que garantem a continuidade do aprendizado dos educandos. Ou seja, aqueles que se alfabetizaram pelo projeto continuariam os estudos a partir dos círculos, para em seguida, serem inseridos nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Segundo Eleneuda Lopes, coordenadora do projeto, os educadores têm muito a comemorar, pois conseguiram em três meses cumprir o objetivo de alfabetizar os trabalhadores de sete áreas.

“A nossa luta não termina por aqui e temos muito ainda que avançar, por esse motivo, no próximo mês, daremos início às atividades de estudo que é, nada mais nada menos, a continuidade desse processo de alfabetização”, afirmou.

Dessa forma, os debates e trabalhos realizados no encontro apontaram caminhos alternativos para se pensar a educação, numa perspectiva dialética e coletiva sobre a construção do conhecimento.

 

*Editado por Leonardo Fernandes