Famílias Sem Terra são despejadas no sudoeste baiano

Ação da Polícia Militar despejou cerca de 50 famílias do Acampamento Terra Livre, nesta segunda-feira (12).

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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Fotos: Gustavo Oliveira

 

Com o objetivo de impedir o sonho da terra repartida e a realização da Reforma Agrária, cerca de 50 famílias foram despejadas do Acampamento Terra Livre, localizado na fazenda Conjunto São Francisco, de 881 hectares, em Ribeirão do Largo, no sudoeste da Bahia.

 

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O despejo aconteceu na manhã dessa segunda-feira (12) e foi realizado pela Tropa de Choque de Itapetinga. Os policiais estavam fortemente armados e montaram uma barricada, preparados para qualquer tipo de resistência das famílias em permanecerem na área que está ocupada há mais de dois anos.

A liminar de despejo foi solicitada por Alberto Jorge Barbosa Rocha, proprietário, e emitida pela juíza Adiane Jaqueline Neves, que atua no município de Encruzilhada.

A ação não levou em consideração a estrutura coletiva construída pelos trabalhadores e trabalhadoras, como barracos, objetos pessoais e a escola do acampamento, nem a produção de alimentos saudáveis que foi destruída por um trator.

Terra para quem nela trabalha!

Milho, mandioca, aipim, feijão e hortaliças. Tudo isso só pode ser plantado após a ocupação dos trabalhadores na área, já que anteriormente, a terra era arrendada pelo proprietário para criação de gado e com vários indícios de improdutividade, destaca a Direção do MST na região.

Raimundo Fernandes, de 48 anos, é acampado e pai de família. Ele conta que a área estava abandonada e os pastos cobertos de mato. “Em pouco tempo mudamos essa realidade através do trabalho coletivo. Montamos muitas hortas e começamos a produzir mandioca e feijão. De maneira coletiva, nós já tínhamos vários hectares em plena produção”.

 

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“Vivíamos em comunidade e tínhamos uma união muito importante para garantir o trabalho e o compartilhar o pão. Mas agora, destruíram nossos barracos e plantações. A única coisa que a gente quer é terra para trabalhar”, reivindica Fernandes.

Nesse contexto, a Direção do MST repudia a ação de despejo, assim como o tratamento dado pelo poder judiciário na execução da liminar.

Mesmo obrigadas a saírem do acampamento, as famílias permanecem resistindo na luta pela terra e estão, temporariamente, em um terreno próximo ao município de Itambé.

 

*Editado por Leonardo Fernandes