Em Salvador, 30 mil pessoas marcham contra as reformas do governo Temer
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Após uma manhã de protestos, com trancamento de BRs, pontes e avenidas em toda Bahia, cerca de 30 mil trabalhadores e trabalhadoras, se reuniram na tarde desta última sexta-feira (30), no Campo Grande, centro de Salvador, e saíram em marcha pela Avenida Sete de Setembro contra as medidas do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB).
Batucadas, gritos de ordem, intervenções artísticas, faixas e cartazes se tornaram instrumentos de denúncia as reformas trabalhista e previdenciária, que pretendem retirar direitos conquistados historicamente pela classe trabalhadora, destacou as centrais sindicais e os movimentos sociais.
Lideranças políticas do cenário estadual e nacional participaram do ato e manifestaram-se a favor das paralisações nacionais e das reivindicações que norteiam o movimento grevista por todo país, principalmente, no que diz respeito a saída do presidente Michel Temer do poder.
Retrocessos
O MST avalia que depois de décadas de esforço para combater o trabalho análogo à escravidão, as novas regras propostas com a reforma trabalhista do governo Temer modificam à remuneração, a jornada de trabalho, entre outros pontos.
Exemplo disso, é o aumento da extensão da jornada de trabalho para 12 horas diárias. Segundo a PL 6442/2016, que tem forte apoio da bancada ruralista no Congresso, essa regra só poderá ser revogada caso o trabalhador tenha “necessidade imperiosa ou em face de motivo de força maior, causas acidentais, ou ainda para atender a realização ou conclusão de serviços inadiáveis, ou cuja inexecução possa acarretar prejuízos manifestos”, diz o texto.
Diante de tais retrocessos, os soteropolitanos possuem um motivo a mais para ocupar as ruas, tendo em vista que o atual prefeito da cidade, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), o ACM Neto, tem apoiado publicamente os desmandos do governo Temer. Inclusive, ameaçou cortar ponto de servidores que aderirem à Greve Geral.
Na nota divulgada um dia antes da paralisação foi destacado que os servidores que faltarem sem justificativa terão os pontos cortados. No documento, a prefeitura afirma também que de acordo com a Secretaria Municipal de Gestão (Semge), cada caso de ausência, se houver, “será avaliado individualmente, inclusive levando em conta uma eventual paralisação de ônibus”.
As lutas continuam
A Greve Geral foi avaliada com sucesso pelas lideranças sindicais, movimentos e organizações do campo e da cidade, que aderiram à paralisação e fizeram luta contra o avanço do conservadorismo e perca de direitos.
Mas, as mobilizações continuam. Neste domingo, 02 de julho, data em que se comemora a “Independência da Bahia”, novas atividades com cunho cultural e de denúncia estão previstas.