Caravana presta solidariedade às famílias do acampamento Hugo Chávez no Pará
Da Página do MST
Na última segunda-feira (17), aproximadamente 200 pessoas se encontraram para prestar solidariedade ao acampamento Hugo Chávez em Marabá.
A concentração aconteceu por volta das 10 da manhã em frente à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
Participaram da caravana estudantes de escolas públicas, dos cursos de Direito da Terra, Geografia, Educação do Campo, professores e funcionários da Unifesspa, Brigadas Populares, Comissão Pastoral da Terra (CPT), professores do Instituto Federal do Pará (Ifpa – Campus Marabá), Levante Popular da Juventude e Sindicato dos Professores da Unifesspa (SindUnifesspa)
A caravana caminhou pelo acampamento e viu as consequências de todo o terror em que as famílias passam com os ataques violentos da ação da pistolagem. Visitaram as roças queimadas e os locais onde os pistoleiros normalmente se escondem para disparar tiros e bombas contra as famílias acampadas.
Conversaram com as famílias e conheceram a escola do acampamento que atende cerca de 180 estudantes entre jovens, crianças e adultos. Fizeram um almoço coletivo demostrando toda a solidariedade com a luta pela terra das famílias e do movimento.
À tarde, após uma mística realizada por crianças do acampamento, uma grande plenária aconteceu e discutiu os graves problemas dos conflitos agrários na região.Também tiveram relatos sobre a ação dos pistoleiros que a toda instante ameaçam as famílias. Seu Luís, acampado, teve a infelicidade de estar voltando da roça e encontrar na estrada uma caminhonete com vários homens armados que o ameaçaram.
“Eu falei que Deus é tão grande que o carro não me acompanhou, mas se ele me acompanha com aqueles seis “pião” o destino dele era me dar fim. Mas graças à Deus, cheguei a tempo ao acampamento e nada me aconteceu”, explica seu Luís para logo depois ir às lágrimas.
A plenária sempre presenciava as intervenções do grupo de teatro Banzeiros, composto por jovens de áreas de assentamentos e acampamentos do MST. Durante todo o tempo em que a caravana esteve no local os carros com homens armados passavam em frente ao acampamento à fim de intimidar as pessoas que estavam fazendo a visita.
Para Pollyane Soares, dirigente do movimento e acampada, a visita da caravana foi de extrema importância para a luta e resistência das famílias contra o latifúndio da região. “Foi uma plenária linda. A gente percebeu bastante o apoio, a solidariedade e o sentimento das pessoas com o acontecido. Atitudes como essa nos encorajam à continuar nossa luta”, finaliza Pollyane.