Justiça de Piraí determina saída imediata de Sem Terras da fazenda de Ricardo Teixeira

As famílias de trabalhadores rurais sem terra seguem resistindo e lutando pela destinação de terras de corruptos para Reforma Agrária.

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Da Página do MST
Fotos: Mídia Ninja

 

Em rápida resposta do poder judiciário, algo incomum para aqueles que enfrentam a morosidade do Estado na realização da Reforma Agrária, a justiça do Rio de Janeiro emitiu um mandato de reintegração de posse para desalojar famílias Sem Terra que ocuparam as terras de Ricardo Teixeira. A ocupação foi realizada na manhã desta terça-feira (25) com cerca de 300 famílias na Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária.

A polícia do Rio de Janeiro está no local, o que sugere a realização iminente do despejo forçado das famílias Sem Terra. Confira a nota divulgada pelo MST no RJ:

NOTA

A juíza Anna Luiza Campos Lopes Soares, da comarca de Pirai, interior do estado do Rio de Janeiro, terra do governador Pezão (PMDB), ordenou, no começo da noite, a saída em ate 3 horas das famílias Sem Terra, organizadas pelo MST,  da fazenda Santa Rosa, diante do pedido de reintegração de posse formulado por Ricardo Teixeira.

Isso significa uma reintegração de posse com um grande número de crianças que acontecerá pela madrugada adentro. De forma inconsequente e irresponsável, contrariando todas as normas que obrigam o poder judiciário a ter cautela no processo decisório quando há coletividade marcada por crianças e idosos, impôs uma retirada na escuridão noturna típicas das áreas rurais, reforçando os laços também obscuros com uma figura pública, que desde 1994 tem praticamente 1 vez por ano ações penais promovidas pelo ministério público, como o é Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.

As famílias ocuparam a fazenda hoje pela manhã, e denunciaram ser este local de lavagem de dinheiro, como no caso da empresa que ali funcionou para receber propinas em contratos de venda de um jogo da seleção brasileira, em 2008. Com isso, os trabalhadores reivindicam Reforma Agrária em terra de corruptos.

A decisão da juíza afirma que as famílias Sem Terra são invasores clandestinos e que causaram danos a propriedade, quando, na verdade, clandestina e corrupta é a conduta de Ricardo Teixeira, já condenado na Espanha, investigado nos Estados Unidos e réu em inúmeros processos no Brasil. Agindo assim, a Justiça tende a defesa de corruptos.

As famílias de trabalhadores rurais Sem Terra seguem resistindo e lutando pela destinação de terras de corruptos para Reforma Agrária.

 

 

*Editado por Rafael Soriano