15ª Marcha do MST Sergipe reúne 10 mil Sem Terras

O MST também ocupou o Incra por tempo indeterminado, com o objetivo de pressionar o órgão federal pela desapropriação da Fazenda Junco.
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Por Luiz Fernando 
Da Página do MST
Nos últimos 15 anos, no dia 25 de julho, dia do trabalhador rural, o MST Sergipe marchou em Aracaju com o objetivo de chamar atenção da sociedade para a importância da agricultura familiar e também para cobrar as demandas de todas as famílias acampadas e assentadas do estado. 

Este ano além das bandeiras de luta do Movimento, os 10 mil Sem Terras de todas as regiões do estado também denunciaram todos os retrocessos sofridos desde que Michel Temer golpeou o Brasil e retirou a presidenta democraticamente eleita Dilma Rousseff do poder. 

O MST também ocupou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) por tempo indeterminado, com o objetivo de pressionar o órgão federal pela desapropriação da Fazenda Junco, implantação de sistema de abastecimento de água, crédito para assentados e o restabelecimento dos serviços de assistência técnica.

A marcha saiu às 9h, desta terça-feira, 25 de julho, da Praça Ronaldo Calumby Barreto, Bairro Novo Paraíso e seguiu até o Incra.  Após o ato a marcha seguiu para a praça General Valadão, no centro de Aracaju e somou-se ao ato político da Frente Brasil Popular. 

De acordo com o coordenador nacional do MST Gileno Damascena “o contexto do golpe não retira apenas direitos do trabalhador rural, todos os que lutam por território estão sujeitos, os índios, os quilombolas, o homem do campo. O governo federal deixou claro sua posição favorável ao agronegócio, o objetivo é sucatear o Incra e paralisar todos os avanços da Reforma Agrária Popular”. O dirigente afirma “este momento tão crítico que vivemos hoje no Brasil, obriga o MST a dialogar com a sociedade e mostrar que temos que unir forças para defesa do povo brasileiro”.

Além de protesto a marcha também  “é um momento de reencontro, onde renovamos a esperança na luta e a vontade de seguir apesar de todas as dificuldades agravadas após o Desgoverno Temer”, declara Maria Normélia, assentada.

A juventude sem terra deu grande contribuição para a realização da marcha,  “trouxemos a animação e a força da juventude com paródias contra o governo Temer, batucada e muita alegria pra luta”, afirmou Ronaldo Santos, do setor de Juventude do MST. Ainda de acordo com o jovem  “a marcha traz a mística do movimento e reacende a vontade de lutar e serve como formação. Confirma a importância dos jovens se somarem à luta”, conclui.

A marcha também é um espaço para que a mulher trabalhadora rural mostre sua luta, pois “não é só o homem que trabalha no campo, a mulher tem participação decisiva, além de ser trabalhadora rural também exerce jornada tripla, cuida da roça, da casa e dos filhos e ainda enfrenta a sociedade machista pela garantia de direitos”, aponta Joana Vieira, filha de assentada.

O artista popular  Lupercio Damasceno  destaca importância da marcha “precisamos mostrar para todos os movimentos sociais e toda população a necessidade de mobilização popular para manutenção dos direitos e conscientizar da urgência de combater os efeitos de golpe”, finaliza.

Além do MST outros movimentos sociais participaram do ato, entre eles, Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU).

Também participaram a Pastoral da Juventude Rural (PJR), as centrais sindicais: Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral de Trabalhadores (UGT)  e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Coletivos de Juventudes: Quilombo, Levante Popular da Juventude e União Sergipana dos Estudantes Secundaristas. 

A marcha contou com a presença do coordenador nacional do MST João Pedro Stédile. 
 
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