Em Minas Gerais, Sem terrinhas comemoram um ano do Viveiro de Mudas Silvino Gouveia

O projeto Semeando Agroflorestas visa reflorestar assentamentos da Reforma Agrária através do plantio de Sistemas Agroflorestais.
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Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST

Mãos femininas e mãos pequeninas se encontraram, neste sábado, 19, para celebrar o aniversário de um ano do viveiro de mudas Silvino Gouveia, no assentamento Liberdade, em Periquito, no Vale do Rio Doce. A comemoração do sucesso do projeto Semeando Agroflorestas na região reuniu 300 crianças, que durante este tempo coletaram sementes, aprenderam e contribuíram na construção da agroecologia.

“Decidimos comemorar essa vitória com as crianças, afinal também está nas mãos delas o cultivo da sociedade que queremos. Dessa forma, elas aprendem na prática a importância da reforma agrária na produção de alimentos sem agrotóxicos e na preservação do meio ambiente. Esse é um desafio que o MST assumiu para si com o Projeto de Reforma Agrária Popular”, explica Marta Roseno, da Direção Regional do movimento. 
O projeto Semeando Agroflorestas visa reflorestar assentamentos da Reforma Agrária através do plantio de Sistemas Agroflorestais (SAF´s), uma técnica de produção agroecológica que alia árvores à produção de alimentos.
Atualmente são 150 mil mudas em germinação no viveiro. Espécies como cedro rosa, ipê, braúna, peroba, graviola, pinha, jaca e até café, mas a meta total do projeto até o fim do próximo ano é produzir 3 milhões de mudas. 
O Semeando Agroflorestas também está presente no norte, sul e triângulo mineiro. Após a implantação dos SAF´s o trabalho terá continuidade através de parcerias que visam expandir o plantio de mudas para além das áreas do MST e garantir sua sustentação com geração de renda.
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Crime da Samarco

No Vale do Rio Doce, o MST também tem objetivo de recuperar áreas degradadas pelo crime da Samarco, responsável pela devastação do rio que dá nome à região. “Não admitimos que esta empresa criminosa siga impune, eles devem recuperar toda bacia que destruíram de forma irresponsável. O Estado segue vacilando em cobrá-los, por isso, nós contribuímos fazendo pressão nas lutas, mas também colocando as mudas à disposição para que a empresa adquira”, cobra a Dirigente. 
Mulheres à frente
A equipe do viveiro soma 13 pessoas. Destas, 9 são mulheres, uma forma de reafirmar o protagonismo delas na produção e construir a emancipação feminina através da geração de renda. Como afirma a coordenadora do viveiro e assentada no Liberdade, Vania Maria, “Na história da agricultura, as mulheres são grandes responsáveis pelo cuidado, pela preservação das sementes e pela alimentação. No movimento não é diferente. Nós, mulheres, assumimos o viveiro entendo este trabalho como o cuidado com a vida. Mas ele também representa uma oportunidade desconstrução de um dos pilares da opressão do machismo, que é a dependência financeira”, contextualiza Vania.
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Silvino Gouveia

O viveiro foi batizado com o nome de um dos militantes da região, como forma de homenagem póstuma. Silvino foi vítima da violência no campo, assassinado na porta de casa em abril deste ano. “Temos a cultura de relembrar nossos mártires. Criamos a mística para seguir lutando, apesar da violência imposta pelo latifúndio e pelo agronegócio. Silvino para nós hoje significa, sobretudo, luta pela terra e pela vida”, ressalta a coordenadora.
O Semeando Agroflorestas integra o projeto do Governo do Estado Plantando o Futuro, implantado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) em parceria com o Centro de Formação Francisca Veras
 
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