Feira da Agricultura Familiar leva alimentos de qualidade à Expointer

Pavilhão da Agricultura Familiar foi o mais visitado e bateu recorde de vendas em comparação com 2016.
A jovem Bruna afirma que divulgar a produção dos assentamentos da Reforma Agrária é o grande objetivo da Coopan ao participar da Expointer .jpg
A jovem Bruna afirma que divulgar a produção dos assentamentos da Reforma Agrária é o grande objetivo da Coopan ao participar da Expointer 

 

Por: Catiana de Medeiros 
Da Página do MST

Preço bom, qualidade, diversidade e variedade de produtos e alimentos. Estas foram apenas algumas das principais características encontradas nos estandes da 19ª Feira da Agricultura Familiar, realizada de 26 de agosto a 3 de setembro na 40ª Expointer, no município de Esteio, na região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Quem passou pelo Pavilhão da Agricultura Familiar, novamente o mais visitado na Expointer, pôde conferir de perto a produção de milhares de pequenos agricultores e assentados na Reforma Agrária, que estão organizados por meio de associações, cooperativas e agroindústrias familiares. Entre os 201 empreendimentos cadastrados destacava-se a chamada &”39;ilha dos orgânicos&”39;. No local, o MST comercializou oito variedades de arroz, panifícios e sementes agroecológicas através de três cooperativas — Cooperativa de Produtores Orgânicos da Reforma Agrária de Viamão (Coperav), de Viamão; Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), de Nova Santa Rita; e Cooperativa Agroecológica Nacional Terra e Vida (Conaterra), de Candiota.

Conforme a jovem Bruna Rubenich Pereira, filha de assentados em Nova Santa Rita, também na região Metropolitana de Porto Alegre, o objetivo principal da Coopan ao participar da feira é divulgar à sociedade a produção dos assentamentos, principalmente o arroz orgânico. “Aqui tem preço bom, sustentabilidade, qualidade e procedência, porque as pessoas têm relação direta com os produtores, elas sabem de onde os alimentos vêm”, afirma.

Garantia de qualidade também teve na banca da Agroindústria Mãe Natureza, que levou para a feira sua experiência de mais de dez anos na produção de queijo e bebida láctea no Assentamento Nossa Senhora da Glória, localizado no município de Pedras Altas, na região Sul do estado. Os alimentos têm o selo Sabor Gaúcho, que certifica produtos provenientes de estabelecimentos de produção artesanal, e o selo da Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (CISPOA), que permite a comercialização entre municípios dentro das fronteiras do estado.

Seu Elio Vicente de Lázaro conta que, em nove dias de feira, foram comercializados 120 litros de bebida láctea e mais de 500 quilos de queijo. Este último alimento, segundo o assentado, se diferencia pelo seu sabor e consistência, uma vez que há iogurte na composição. “Quem produz nosso queijo tem consciência de colocar um produto no mercado pensando também na saúde pública”, explica. Ele acrescenta que além da Feira da Agricultura Familiar, na Expointer, a agroindústria vende seus alimentos, inclusive iogurte, em supermercados e feiras locais e para a merenda escolar.

Entre os alimentos que se destacaram na Feira está o queijo colonial, da Agroindústria Mãe Natureza .jpg
Entre os alimentos que se destacaram na Feira está o queijo colonial, da Agroindústria Mãe Natureza 

Mais alimentos

No Pavilhão da Agricultura Familiar foram registrados R$ 2.851.010,62 em vendas de produtos, um aumento de 40% em comparação com 2016. O MST comercializa a produção dos assentamentos da Reforma Agrária no local há 19 anos, a partir de uma iniciativa do ex-governador Olívio Dutra junto ao movimentos do campo. Tudo começou num grande barraco de lona preta. “A Expointer até então era um mero espaço dos fazendeiros e do agronegócio. No mandato de Olívio Dutra nós iniciamos o Pavilhão da Agricultura Familiar, que hoje é o espaço mais visitado na Expointer”, argumenta Adelar Preto, presidente da Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs).

Nesta edição, os produtos do MST estiveram disponíveis em seis estandes da Via Campesina, por meio de três cooperativas e três agroindústrias familiares. Além da Coperav, Coopan, Conaterra e Agroindústria Mãe Natureza , também teve a participação da Agroindústria Zatti, de Nova Santa Rita; e da Agroindústria Camargo, de Viamão. Nos espaços foram comercializados sementes de hortaliças agroecológicas e arroz orgânico, queijo, bebida láctea, aipim higienizado, kit sopa, couve picada, moranga cabotiá minimamente processada, cucas, bolos, bolachas, biscoitos, cupcakes, bolinhos de legumes, palitos salgados, pães e sucos naturais de maracujá, morango, laranja, amora, abacaxi e couve com limão. Todos estes alimentos são produzidos por cerca de 500 famílias assentadas. Já na Praça de Alimentação teve almoço típico com arroz carreteiro, preparado pela Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), de Eldorado do Sul.

Confira mais fotos da participação do MST na 19ª Feira da Agricultura Familiar aqui