Rio Grande do Norte: cultura popular e resistência Sem Terra

Das experiências de agitação e propaganda ao cordel e o repente, o MST discutiu o papel da cultura popular no processo revolucionário, durante a I Feira de Produtos da Reforma Agrária do RN.

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Por Jailma Lopes
Da Página do MST
Fotos: Luisa Medeiros

 

Com o objetivo de apontar o diálogo entre o fortalecimento da cultura popular e a luta por Reforma Agrária, o MST organizou, no último sábado (16), a mesa “A cultura na reinvenção da resistência”. O debate foi parte da programação da I Feira de Produtos da Reforma Agrária do Rio Grande do Norte, em comemoração aos 27 anos do movimento no estado, que foi realizada no Centro Estadual de Formação Patativa do Assaré até o domingo (17).

A discussão contou com contribuições dos convidados Jade Percassi, do Setor de Cultura do MST, e o músico pernambucano Lirinha, ex-vocalista da banda Cordel do Fogo Encantado. Durante a conversa, foram debatidos temas como a importância da arte nos processos revolucionários, a produção cultural no Brasil, a agitação e propaganda, o papel da comunicação popular e a relação do MST com a memória e cultura do povo brasileiro.

 

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Jade Percassi, do Setor de Cultura do MST.

Jade Percassi iniciou sua fala apresentando a origem do conceito de cultura e sua relação com a terra, com o simbólico e com as linguagens artísticas. Em seguida, a militante relembrou as experiências dos trens de agitação e propaganda durante a Revolução Russa, e explicou como funciona os processos de construção e disseminação do senso comum realizados pelos aparelhos hegemônicos de comunicação. Ainda de acordo com Jade, as linguagens artísticas são importantes e fazem parte do processo revolucionário, mas dentro do MST, o debate de cultura também envolve elementos simbólicos e que servem para a luta de classes.

Intercalando suas ideias com poesias e contações de causos, o músico Lirinha participou do debate trazendo o quão relevantes são elementos como o cordel, o coco e o repente para o processo de organização e formação da militância. Lirinha, que conheceu o MST na sua cidade natal, a pernambucana Arcoverde, falou sobre sua relação de construção junto movimento: “Me identifico com essa luta e acredito que tudo o que sonho de melhoras para o país que vivo, passa pelas demandas e pelos sonhos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra”.
 

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*Editado por Leonardo Fernandes