DENÚNCIA | PM ameaça despejar mais de 500 famílias de acampamento no Tocantins

Acampamento Olga Benário, localizado no município de Fortaleza to Tabocão (TO), está sob alerta por possível despejo forçado.

WhatsApp Image 2017-09-18 at 17.45.01.jpeg

 

Da Página do MST

 

Desde horas da manhã desta terça-feira (19), mais de 500 famílias do Acampamento Olga Benário, município de Fortaleza do Tabocão/TO, que ocuparam e residem desde Abril de 2017 na Fazenda Santa Barbara de propriedade da União, ocupam um trecho da BR 153 (Belém-Brasília), para protestar contra uma ameaça de despejo forçado.

O MST fez várias movimentações e a Defensoria pública da união, MPF e Comissão de Direitos Humanos da OAB protocolaram vários recursos na Justiça Federal pedindo a suspensão da liminar e o Juiz Federal manteve a decisão de desocupação do imóvel.

As famílias temem pela violência da polícia que já confirmou que se houver resistência irão usar a força policial.

Trabalhadores Sem Terra da região denunciam que o Incra e a Ouvidoria Agrária regional tem se mantido em total inoperância e descaso com a situação das famílias que estão na área e não apresentou nenhuma proposta e solução para esta problemática. Nenhum órgão do governo municipal, estadual ou federal apresentou alguma proposta de solução, alternativa ao despejo.

 

WhatsApp Image 2017-09-18 at 17.44.42.jpeg
Assentamento Olga Benário

As famílias decidiram que irão resistir ao despejo e a situação pode se agravar, visto o aumento considerável da violência contra trabalhadores camponeses na região nos últimos anos, tendo havido registros de espancamentos, prisões arbitrárias e assassinatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra.

O MST exige do Incra a destinação destas terras para a Reforma Agrária e que seja criado um projeto de assentamento para contemplar as famílias que estão na luta pela terra na região desde 2013.

Trata-se de terras públicas, da União, e devem servir para atender o interesse coletivo e social.

Entendemos que a dignidade da pessoa humana deverá ser preservada e colocada sempre acima dos interesses da propriedade privada da terra.

 

*Editada por Leonardo Fernandes