Famílias Sem Terra realizaram duas ocupações em Santa Catarina
Por Juliana Adriano
Da Página do MST
Famílias Sem Terra realizaram duas ocupações em Santa Catarina na madrugada do dia 11 de outubro. Elas aconteceram simultaneamente nos municípios de Calmon e Doutor Pedrinho.
A área em Calmon é conhecida por Fazenda Pinhal, possui cerca de dois mil hectares. Há 30 anos, a madeira empregava cerca de 400 funcionários. Hoje, as estruturas estão abandonadas, deteriorando. Os crimes ambientais foram de diversas ordens e as informações indicam que há 20 anos a fazenda está hipotecada junto ao Banco do Brasil e que as dívidas não foram pagas junto a Receita Federal. A expectativa da Direção do MST é de que até o final de semana cerca de 100 famílias estejam instaladas na área.
Em Doutor Pedrinho, a ocupação aconteceu próxima ao Acampamento Gina Couto. A partir das 6h da manhã, cerca de 80 famílias começaram a construir seus barracos. A área em questão possui cerca de 400 hectares e foi negociada na década de 1990, mas o pagamento não foi efetivado. Seu Antonio, que era o dono da área, faleceu sem ver a questão resolvida. Seus filhos seguiram reclamando a área na justiça, mas a sentença foi favorável ao comprador. Hoje, a família paga aluguel em Rio Negrinho. Atualmente, o fazendeiro Marve se diz dono da área, mas a informação é que o mesmo não possui documentação da área.
Para o dirigente do MST Jacemir, essas ocupações são também “uma forma de resposta a este governo corrupto, que busca entregar nossas terras aos estrangeiros. Entendemos que as terras ocupadas não cumprem sua função social e devem ser distribuídas ao nosso povo, que precisa de espaço digno para morar e produzir”.
*Editada por Leonardo Fernandes