Por orçamento para Reforma Agrária, MST ocupa Ministério e amplia jornada para 16 estados
Da Página do MST
O MST segue mobilizado na Jornada Nacional de Lutas de Outubro. Iniciada nesta segunda-feira (16), com mobilizações em nove estados e no Distrito Federal, a Jornada se amplia e já atinge 16 unidades da federação nesta terça-feira (17). São mais de 15 mil trabalhadores realizando ações em todo país.
Foram ocupadas sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nas seguintes localidades: Fortaleza, João Pessoa, Recife, Petrolina-PE, Maceió, Salvador, Ponto Novo-BA, Aracaju, Palmas, São Luís, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, São Paulo e Belo Horizonte.
Também foram ocupados latifúndios improdutivos, confrontando o atual modelo agrícola e defendendo a produção de alimentos saudáveis. No Mato Grosso, foram duas fazendas, uma em Cáceres (220 km de Cuiabá) e outra em Dom Aquino (150 km de Cuiabá). Em Goiás, foi ocupada a fazenda Rasgão, em Cocalzinho, com aproximadamente 2 mil hectares. Já no Norte baiano, foi ocupada a sede do Sítio Barreiras, em Ponto Novo.
Além das ações nos estados, na manhã desta terça-feira também foi ocupado o Ministério do Planejamento em Brasília, para pressionar o governo federal a marcar uma audiência. Unidades do Ministério da Fazenda foram ocupadas ainda em Maceió e João Pessoa. Os militantes advertem que não vão desocupar nenhum órgão enquanto o governo federal não os receber.
Orçamento mutilado
Com o anúncio da lei orçamentária de 2018, o campo sente pela primeira vez o forte impacto da Emenda Constitucional 95, que congelou os gastos públicos por 20 anos. Políticas de diversas áreas ligadas ou não ao Incra sofreram bruscos cortes ou interrupções, numa proporção de ¼ da execução orçamentária de 2017, ou menos de 10% do que foi destinado a estas mesmas políticas em 2015.
“Estamos mais uma vez em luta dizendo para esse governo que queremos que nossa pauta seja atendida. Estamos pedindo o descontingenciamento do orçamento de 2017 e que o orçamento de 2018 atenda toda nossa demanda: obtenção de terras, desenvolvimento, créditos em todos os níveis e que sejam assentadas todas as famílias Sem Terra do país”, salienta Marina Ricardo Nunes, da Direção Nacional do MST.
Para Marina, a Jornada está intimamente ligada a conjuntura de resistência ao Golpe, com forte destaque para o combate à Reforma da Previdência, que impactaria de forma catastrófica o campo brasileiro.
“Esse governo ilegítimo precisa saber que nós, as famílias Sem Terra acampadas e assentadas, não vamos nos calar diante da retirada de direitos que particularmente os povos do campo, mas toda a classe trabalhadora, estamos sofrendo neste momento”, conclui.
Confira em imagens algumas ações nos diversos estados:
*Editado por Rafael Soriano