Do Corpo da Terra: Filme do Setor de Saúde do MST é premiado em festival
Dirigido por Julia Mariano, a produção ganhou uma menção honrosa na 12ª edição do Festival Taguatinga de Cinema, realizado no começo do mês de novembro.

Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST
“A demanda por dignidade, longevidade e pertencimento nos mostra a ancestralidade da cura pelo feminino, que há gerações sana as estruturas físicas e emocionais da nossa sociedade”, diz um trecho da sinopse do filme ‘Do Corpo da Terra&”39;, da diretora Julia Mariano.
A produção, com pouco mais de 20 minutos de duração, retrata como quatro mulheres do Coletivo de Saúde do MST mudaram suas vidas na relação com a terra e com seus corpos. O filme recebeu uma ‘menção honrosa’ no Festival Taguatinga de Cinema, que teve sua 12ª edição realizada entre os dias 1 e 4 de novembro.
Mercedes Zuliani, integrante do Setor de Saúde do MST, explica que a produção foi pensada de maneira coletiva, a partir de temas que surgiram da própria vivência entre as mulheres Sem Terra, em parceria, com profissionais do campo do cinema. “Com vivências, estudos e debates chegamos a esta produção e que nos traz elementos centrais da relação entre a luta pela terra e Reforma Agrária e a luta pela saúde”.

Segundo Zuliani, o filme e o reconhecimento dele no universo do cinema, fortalece a luta dos trabalhadores Sem Terra pelo direito à saúde, que também é parte do projeto de Reforma Agrária Popular. “É um filme muito didático e nos convida a refletir sobre nossa realidade e suas contradições. Perceber que a nossa luta pela saúde envolve a necessidade de lutar pela terra, pelo território, construindo novas relações sociais e de gênero, construindo e retomando as formas de cuidado tradicionais e populares e garantindo nossos direitos no SUS. São avanços na construção da sociedade que queremos.”
O Setor de Saúde do MST se orienta por três objetivos centrais: a organicidade, o trabalho em saúde e a luta. “Para isso, é fundamental que nos organizemos coletivamente para denunciar o desmonte da saúde pública e do melhor sistema de saúde que a classe trabalhadora construiu que é o SUS”, destaca Zuliani.
